Os dois anos do golpe que retirou do Palácio do Planalto a presidenta legítima Dilma Rousseff é analisada em artigo pelo deputado federal Pedro Lula Uczai (PT-SC). No fatídico 17 de abril de 2016, o País começou a sofrer as consequências do ato à democracia que culmina atualmente em desemprego, entrega do patrimônio brasileiro às multinacionais e um ataque à liberdade do presidente Lula que se tornou preso político. Uczai escreve: “A população começa a perceber a perseguição política ao ex-presidente. Segundo as pesquisas, 73% acreditam que os poderosos querem tirar Lula da eleição e 55% acham que a Lava Jato faz perseguição política ao ex-presidente.” Veja abaixo o artigo na íntegra:
Dois anos do golpe que afastou a Presidenta Dilma Rousseff
Jamais vamos esquecer o dia 17 de abril de 2016, quando o golpe parlamentar interrompeu nossos sonhos ao afastar do Palácio do Planalto uma presidenta honesta. O Brasil completa hoje 2 anos mergulhado nessa grave crise política iniciada pelo Plenário da Câmara dos Deputados quando autorizou a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma, sem crime de responsabilidade.
Destituíram uma presidente reeleita democraticamente com 54 milhões de votos, em um golpe parlamentar que só prejudicou o país. Esse processo interrompeu a democracia e trouxe perdas para os brasileiros com o aumento do desemprego e da extrema pobreza, apontados por pesquisas recentes.
A primeira parte do golpe foi a cassação da presidente Dilma, com o argumento fajuto de pedaladas fiscais – operações fiscais técnicas feitas em todas as esferas de governo e na contabilidade privada – que não são consideradas crimes de responsabilidade. A segunda etapa foram as reformas de interesse da elite e do capital financeiro que prejudicam os trabalhadores e a classe média. Começaram a vender o patrimônio brasileiro a empresas estrangeiras. Agora tentam privatizar a Eletrobrás.
Essa privatização significa colocar nas mãos do mercado os recursos naturais brasileiros. Significa aumento na conta de energia e insegurança na prestação do serviço. Esse programa neoliberal não foi o escolhido pela população nas urnas. Então precisou de um golpe parlamentar das forças conservadoras, derrotadas nas eleições, apoiado pelo oligopólio da mídia, para impor um retrocesso ao país.
Com o Governo Democrático e Popular, as pessoas puderam sonhar e conquistar um emprego, uma casa própria e milhares de jovens tiveram acesso à universidade. Podemos comemorar que muitos são os primeiros a chegar à universidade em sua família. Foi esse governo inclusivo que foi interrompido em 2016.
Esse golpe na democracia, iniciado com a cassação da presidente Dilma, ainda se encontra em curso hoje, com apoio de setores do Judiciário que tentam impedir a candidatura de Lula nas eleições deste ano. Trata-se de uma tentativa de eliminação moral e física do principal líder do País. É a única forma que encontram para derrotar o Governo Democrático e Popular que levou Lula ao Palácio do Planalto em 2003, e foi vitorioso nas três eleições seguintes.
Mas essa terceira fase do golpe que levou Lula à prisão, de forma ilegal e inconstitucional, no dia 7 de abril, fez renascer um movimento no Brasil e no mundo contra essa injustiça. Curitiba tem sido a capital da resistência desde a prisão do Lula. Ele tem recebido apoio de líderes internacionais e de milhares de militantes e simpatizantes que permanecem acampados próximos à sede da Polícia Federal.
A pesquisa do Instituto DataFolha, divulgada no final de semana, mostra que mesmo preso, Lula lidera a corrida presidencial em todos os cenários. Tem o dobro de intenções de votos do segundo colocado. E ainda: 30% dos entrevistados disseram que votam em quem ele indicar. Esses dados confirmam que Lula é a maior liderança popular do país.
A população começa a perceber a perseguição política ao ex-presidente. Segundo as pesquisas, 73% acreditam que os poderosos querem tirar Lula da eleição e 55% acham que a Lava Jato faz perseguição política ao ex-presidente. Esses resultados, o apoio popular e a certeza da prisão injusta nos dão energia para lutar pela liberdade do Lula e pela restauração da democracia no Brasil.
- Pedro Uczai é deputado federal (PT-SC)