O líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), ironizou nesta segunda-feira as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em artigo publicado no fim de semana por jornais de circulação nacional, o tucano chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “tosco”, “mentiroso” e “dissimulado”. “Essa é uma ótima oportunidade para compararmos os dois governos. O que sabemos é que os tucanos estão doidos para tirar FHC do palanque.
Ele está se oferecendo para fazer campanha, mas não vejo ninguém defendendo o governo dele”, disse Ferro.
O líder do PT rebateu as “declarações grosseiras” do ex-presidente. Para Ferro, as eleições de outubro vão demonstrar que os brasileiros aprovam o governo Lula. “Não é uma questão de competição, mas de avaliar os dois projetos e ver o que de fato foi importante para o Brasil. Quando o país cresceu mais? Como a população se sente hoje? FHC pode se preparar porque queremos fazer, sim, uma comparação entre os dois governos”, afirmou Ferro.
O líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), destacou que há diferenças consistentes entre as duas gestões. “FHC não pode dizer que há continuidade porque existem ações muito diferentes entre os dois governos. Lula colocou o Brasil na rota do desenvolvimento econômico, da distribuição de renda e da geração de empregos. Há 30 anos o Brasil não construía uma refinaria de petróleo, hoje está construindo cinco. FHC criou apenas uma universidade federal, Lula criou 15”, exemplificou.
Vaccarezza avalia que o tucano “passou dos limites da crítica”. “FHC usou termos desqualificados. Negou um passado intelectual e de lutas progressista, apesar de ter feito um governo conservador e neoliberal. Pena que a Nação tenha que conviver com um ex-presidente que usa esses termos”, disse.
O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, disse que quem não reconheceu os feitos do governo passado foi o candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2006, o ex-governador Geraldo Alckmin. “Quem escondeu os progressos do governo dele foi o Alckmin. Ele ficou envergonhado de defender o governo FHC”, provocou Dutra.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, minimizou as críticas de FHC. Ele disse que a presença do tucano no cenário político favorece a campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. “Ajudará a campanha da Dilma. Ela representa o presidente Lula, e é essa comparação que interessa para nós. Essa polarização entre os dois governos é boa porque permite comparação. Essa presença do Fernando Henrique na cena política, vinculado à campanha do Serra, pede comparação entre as duas gestões”, disse.
Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, os ataques do ex-presidente não foram tratadas na reunião de coordenação política do governo federal. “Ninguém comentou as críticas porque isso não impressionou a todos, não. Enquanto a oposição não falar o que quer fazer daqui para frente só podemos comparar com o que fizeram. A partir do momento que disserem o que pretendem fazer, nós vamos discutir. Até agora só o que foi dito é que querem acabar com PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mudar a meta de inflação, mexer na taxa de câmbio, rever os juros”, disse.
Equipe Informes, com agências