O líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP), anunciou em plenário, nesta terça-feira (30), que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisará na noite de hoje uma consulta eleitoral, feita pelos líderes da Oposição, para que no dia da eleição deste ano seja proibido o porte de armas.
“Nós estamos diante de um processo democrático, processo de debate, de divergências políticas, totalmente natural e legítimo. O que nós não podemos permitir é que essa disputa eleitoral seja violenta”, afirmou o líder da Minoria. Ele reiterou que a campanha pode ser polarizada. “E não tem como deixar de ser polarizada: de um lado, ódio; do outro lado, amor; de outro lado, fome; de outro lado, comida no prato; de outro lado, morte; de outro lado, vida; de outro lado, estímulo à violência; de um lado, paz”, explicou.
Alencar Santana citou que recentemente o Brasil viu episódios que demonstram a importância e a necessidade de que haja uma decisão favorável hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Ele relembrou que em Uberlândia jogaram veneno nas pessoas que ali estavam para acompanhar reunião com o ex-presidente Lula. “Identificou-se o autor, houve ali também busca e apreensão e o processo está ocorrendo contra aquela pessoa que cometeu aquele atentado”, relatou.
Bomba caseira
Alencar Santana relatou ainda que no Rio de Janeiro, um homem arremessou uma bomba caseira também quando o ex-presidente Lula lá estava. “Em Foz Iguaçu, uma pessoa foi assassinada quando celebrava 50 anos de vida — uma celebração pela vida, momento festivo, alegre, com familiares e amigos. Simplesmente, tiraram a vida do Marcelo, porque ele estava fazendo uma festa temática com o tema PT, e chegou uma pessoa atirando. Uma demonstração da violência vil, covarde e absurda, como é qualquer tipo de violência”, lamentou.
O líder da Minoria contou ainda que nesse final de semana, aqui em Brasília, o dono de um restaurante na Vila Planalto pediu a uma pessoa que era candidata deixasse de fazer barulho com o som na porta do estabelecimento. “Uma conversa e uma pessoa foi lá e atirou contra o dono do restaurante. Essa é uma demonstração desse clima de violência que alguns estimulam e praticam. O presidente das República estimula seus seguidores a isso flexibilizando o porte de armas, os calibres, as munições e a quantidade, ao mesmo tempo que diz ‘só sai daqui morto’; ao mesmo tempo que diz que a população tem que estar armada”, criticou.
Portanto, continuou Alencar Santana, não podemos ter no dia das eleições uma data de temor, de ameaça, de receio. “O eleitor tem que votar de maneira livre, consciente, tranquila, sem qualquer tipo de medo. Já vimos cenas em 2018 de pessoas votando com seu revólver, imaginem agora com os estímulos mais recentes que tivemos. Armas e eleições não combinam, são antagônicas”, frisou.
Celebração
Para o líder da Minoria, o dia 2 de outubro tem que ser uma data de celebração, de encontro do País com o seu futuro, não, de brigas, de ameaças, de violência. “Por isso, nós entramos com a consulta eleitoral para que seja proibido o porte de armas no dia da eleição. Esperamos que o Tribunal assim o faça, proibindo, porque se acontecer uma tragédia muitas pessoas serão responsabilizadas”.
Alencar Santana concluiu seu discurso afirmando que quer paz, tranquilidade, respeito à democracia e eleições tranquilas e seguras para os candidatos, para quem trabalha na eleição e especialmente para os eleitores.
Vânia Rodrigues