Em seu primeiro discurso na tribuna da Câmara em 2016, o deputado Marcon (PT-RS) classificou como “estarrecedor” a campanha midiática em curso contra o ex-presidente Lula e disse que o seu verdadeiro tríplex será vencer pela terceira vez a eleição para presidente da República.
“Está muito claro que é tudo uma enorme armação contra Lula com fins estritamente eleitorais. Querem tirá-lo da eleição de 2018. Apenas isso. Por essa razão ficam inventando factoides. O único tríplex que o Lula será responsável é o triplex de vencer com a força do povo brasileiro em 2002, 2006 e 2018”, sugeriu o parlamentar gaúcho.
Marcon questionou a cobertura sensacionalista a um fato sem qualquer relevância. “É estarrecedor o que está acontecendo neste país. Virou manchete no último sábado na Folha de São Paulo, assim como sistematicamente nos telejornais da Rede Globo, que dona Marisa, esposa de Lula, comprou um barco, ou melhor, um bote para sua família usar no lago de um sítio em Atibaia que um amigo e sócio de um de seus filhos empresta”, explicou o deputado.
“O bote foi comprado por quatro mil reais e a nota fiscal foi emitida em nome da esposa de Lula, tudo registrado publicamente. Segundo a Folha, essa seria a prova de que, na verdade, o imóvel em Atibaia pertenceria a Lula. Afinal, se a família Lula investiu tanto no barco, só o faria se fosse proprietária do imóvel”, acrescentou Marcon.
Para o deputado, a tese da imprensa é hilária. “Lula tendo investido a fortuna de quatro mil reais no bote acima, está provado que é o verdadeiro dono do sitiozinho”, comentou.
“A mesma lógica, porém, não vale para outro político envolvido há décadas em denúncias de corrupção que nunca são investigadas pela imprensa ou pelos órgãos competentes graças a conchavos”, disse Marcon, fazendo referência ao tucano Fernando Henrique Cardoso.
“Lembram-se da velha história do apartamento de FHC em Paris, denunciada por Janio de Freitas quando o tucano deixou a Presidência, em 2003, e foi descansar na ‘Cidade Luz’ durante uma bela temporada? Por muito tempo espalharam que o apartamento na luxuosa avenida Foch, em Paris, um dos endereços mais caros da cidade, seria de FHC. Formalmente, porém, nunca foi. O imóvel pertence à família de Jovelino Mineiro, parceiro e sócio de FHC em alguns negócios, inclusive em uma fazenda em Buritis, Minas Gerais”, lembrou Marcon.
“Um país que não respeita a biografia dos seus ex-presidentes, perde o respeito interna e externamente. Assim, até prova em contrário, tanto FHC quanto Lula podem usar imóveis cedidos por amigos. Por que a imprensa não trata os dois ex-presidentes igualmente? É que a disputa será em 2018”, concluiu o parlamentar.
Rogério Tomaz Jr.
Foto: Salu Parente
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