Parlamentares da Bancada do PT na Câmara lembraram neste domingo (14) os três anos do assassinato da vereadora carioca, Marielle Franco (PSOL), e de se motorista Anderson Gomes, ocorrido no Rio de Janeiro em 14 de março de 2018. Os petistas cobraram em mensagens pelo Twitter a elucidação total do crime, principalmente em relação ao mandante do assassinato e sua motivação, fatos até hoje não esclarecidos. A investigação do assassinato conseguiu identificar apenas os executores do crime, o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Elcio Queiroz. Os dois estão presos desde março de 2019, mas ainda não foram julgados.
O líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (PT-RS), lembrou a passagem dos três anos do assassinato da ativista política e socióloga Marielle Franco, e cobrou a identificação do mandante do assassinato. “1096 dias. Quem foi o amigo de Bolsonaro que mandou matar Marielle? E por quê?”, indagou.
A afirmação do líder petista faz referência ao fato de que Ronnie Lessa, o autor dos tiros contra vereadora – segundo denúncia do Ministério Público -, morava no condomínio Vivendas da Barra, localizado na Barra da Tijuca (RJ), e próximo a residência do atual presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, Carlos Bolsonaro. A época, o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages, informou que a filha de Ronnie Lessa havia namorado o filho mais novo de Bolsonaro, Jair Renan. A informação foi desmentida por Bolsonaro, que disse ter inclusive uma cópia de um interrogatório onde Lessa diz que sua filha nunca havia namorado com o filho do presidente. Esse depoimento nunca veio a público e o delegado foi removido do caso meses depois.
Durante as investigações policiais tomaram ainda o depoimento do porteiro do condomínio, que confirmou que Elcio Queiroz teria visitado o condomínio de Bolsonaro antes do crime e identificado o número da residência do então candidato à presidência como destino. O porteiro disse ainda que a entrada foi autorizada pelo próprio Bolsonaro. Na época, o presidente desmentiu a informação e acionou o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, para que a Polícia Federal interrogasse o porteiro novamente. Nesse segundo depoimento os policiais afirmaram que o porteiro disse que havia se enganado ao prestar a primeira versão.
“Exigimos resposta”
Vários outros parlamentares também lembraram pelo Twitter os três anos do assassinato de Marielle e Anderson. O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM), deputado Carlos Veras (PT-PE), pediu que seja feita justiça. “3 anos. 36 meses. 1.096 dias de um crime político. Quem mandou matar Marielle? E por quê? Exigimos respostas. Exigimos justiça! Marielle presente! Anderson presente! Agora e sempre!”, afirmou.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), destacou quem seu Facebook que hoje completam três anos que a vereadora Marielle Franco foi brutalmente executada junto com seu motorista Anderson Gomes. “É inaceitável que até hoje não sabemos quem mandou matar Marielle e o motivo do crime. É crucial para a nossa democracia que o caso seja resolvido, pois não podemos permitir mais ataques aos direitos fundamentais dos grupos historicamente oprimidos que Marielle tanto defendia”.
Gleisi Hoffmann ainda manifestou solidariedade à família e em especial, “a todos e todas que tiveram a oportunidade de militar ao lado dessa companheira exemplar.
O líder da Minoria da Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também disse que o assassinato de Marielle são “3 anos sem respostas, um fato constrangedor para justiça brasileira”. “Nos mantemos de pé cobrando a verdade! Quem mandou matar Marielle e por quê?”, perguntou.
Na mesma linha, o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou que “os anos passam e seguimos sem resposta” sobre a morte da vereadora carioca. “Quem mandou matar Marielle Franco e por quê? Isso só reforça a tese que poderosos estão envolvidos nesse crime bárbaro!”, observou.
Dossiê – 14 perguntas sem resposta
Na última sexta-feira (14) o Instituto Marielle Franco e a Anistia Internacional divulgaram durante coletiva a imprensa um dossiê com todas as informações que se têm do caso e uma linha do tempo. Ele levanta 14 perguntas, que até hoje seguem sem resposta:
Quem mandou matar Marielle?
Qual a motivação do mandante do crime?
Por que ainda não se avançou na investigação sobre a autoria intelectual do crime?
Qual é a ligação do responsável pela clonagem do carro com o crime e o grupo de milicianos ligado a Adriano Nóbrega e o Escritório do Crime?
Qual é a conclusão das investigações sobre o extravio das munições e armas da Polícia Federal usadas no crime?
Quem desligou, como e a mando de quem as câmeras de segurança do trajeto que Marielle e Anderson percorreram?
Por que não existe uma atuação coordenada das instâncias em níveis estadual e federal sobre a elucidação do caso de Marielle e Anderson?
Por que até agora a Google não entregou os dados solicitados pelo MPRJ e a Polícia Civil para a investigação?
Por que houve tantas trocas no comando da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, responsável pela investigação do caso Marielle?
Houve tentativa de fraude nas investigações? Por quem?
Foi aberto um inquérito pela Polícia Federal para apurar as interferências na investigação do caso. Por que em meio a estas investigações, o superintendente regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro foi trocado?
O presidente Jair Bolsonaro informou que Ronnie Lessa foi ouvido pela polícia federal sobre o caso do porteiro. Este interrogatório foi entregue ao Ministério Público e à Polícia Civil do Rio de Janeiro?
Por que o governo brasileiro não forneceu todas as informações demandadas pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas?
Por que as recomendações da Comissão Externa realizada no âmbito do Congresso Nacional no ano de 2018 ainda não foram implementadas?
Foto: Lula Marques
Leia abaixo outros tuítes de parlamentares do PT na Câmara sobre os três anos do assassinato de Marielle e Anderson:
Benedita da Silva (RJ) – “Hoje é um dia de cobrança por respostas e luto pela perda da nossa querida Marielle. Precisamos garantir os direitos e a proteção das mulheres no Brasil, sobretudo as que lutam politicamente por um país melhor. Quem mandou matar Marielle?”
Maria do Rosário (RS) – “Mais um 14 de março chegou e continuamos perguntando quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes?”
Alencar Santana Braga (SP) – “Neste domingo completam 3 anos do assassinato de Marielle e Anderson por milicianos ligados a Jair Bolsonaro. Três anos de impunidade. Mas também de luta por justiça e verdade! Em Buenos Aires, nesta noite, a memória de Marielle Franco foi projetada nas ruas”.
Paulo Pimenta (RS) – “Luto e luta! Hoje completa três anos do assassinato de Marielle Franco e ainda clamamos por justiça e respostas. Queremos saber quem mandou matar Marielle e pq. Qual a ligação de quem matou com o escritório do crime, chefiado por Adriano da Nóbrega, ligado ao Clã Bolsonaro”.
Zeca Dirceu (PR) – “2021…Depois de 3 anos da morte da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, perguntas chaves ainda precisam ser respondidas. Situação vergonhosa ao Brasil. Quem mandou matá-los e por quê? Queremos justiça!”
Rubens Otoni (GO) – “Vidas negras importam! Este é o grito que deve ecoar neste 14 de março. Marielle está viva na luta por uma sociedade justa, fraterna e sem espaço para o racismo, o ódio e a intolerância. Quem mandou matar Marielle? É o grito em busca de justiça 3 anos após o seu assassinato”.
Reginaldo Lopes (MG) – “Três anos da morte de Marielle e Anderson. Três anos sem respostas para um crime bárbaro, cometido no meio da rua. Quem mandou matar Marielle Franco?”
Nilto Tatto (SP) – “Bom dia, para quem não esqueceu que há 3 anos Marielle Franco e AndersonGomes foram brutalmente assassinados, e os criminosos seguem impunes”.
Alexandre Padilha (SP) – “3 anos da morte de Marielle e ainda não sabemos os verdadeiros mandantes de seu assassinato. O bandido que quebrou a placa com seu nome se encontra preso hoje preso… a história será implacável com estes. Marielle ainda vai derrubar o clã Bolsonaro!”.
Erika Kokay (DF) – “3 anos e a gente ainda pergunta: quem mandou matar Marielle e Anderson?”
Padre João (MG) – “Três anos sem Marielle, três anos de impunidade, três anos sem respostas. Marielle resiste e floresce em todos nós que lutamos por justiça social. Mas não nos esqueceremos de fazer justiça por ela e Anderson. Quem mandou matar Marielle e porque? Mariele, Presente!”
Henrique Fontana (RS) – “3 anos sem resposta sobre o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco, um atentado contra a democracia! Quem mandou matar Marielle? E por quê?”
Marcon (RS) – “3 anos sem Marielle e a impunidade continua! Neste domingo, 14 de março completa três anos do assassinato de Marielle e Anderson e ainda não se sabe quem foi o mandante, embora uma trama de acontecimentos evidencie que o mistério já poderia ter sido desvendado”.
Airton Faleiro (PA) – “3 anos sem Marielle e Anderson. 3 anos sem solução do crime e condenação dos executores e mandantes”.
Célio Moura (TO) – “Há 3 anos tentavam apagar Marielle da história política nacional. O que esses monstros jamais imaginavam é que Marielle viveria imortal em nossas lutas e corações, se multiplicando a cada dia, inspirando mais e mais jovens a lutar por liberdade e amor”.
Nátalia Bonavides (RN) – “São 3 anos buscando respostas”.
João Daniel (SE) – “Passados 3 anos, nenhuma reposta de quanto ao mandante e punição a todos os envolvidos no brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes. Exigimos respostas!”
José Airton Cirilo (CE) – “Hoje completam 3 anos de um crime bárbaro que continua chocando o Brasil. Já são 3 anos sem respostas. Quem mandou matar Marielle?”
Enio Verri (PR)- “Desde 14 de março, de 2018, tanto a família quanto o estado democrático de direito cobram das instituições responsáveis, sem sucesso, a elucidação do frio assassinato encomendado da vereadora do PSOL, Marielle Franco. A demora descredibiliza ainda mais quem deveria dar respostas”.
Leo de Brito (AC) – “Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson? 3 anos sem respostas?”.
Héber Carvalho
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