Na manhã desta quarta-feira (21), cerca de 700 participantes do Fórum Alternativo Mundial Água (FAMA) se deslocaram do Parque da Cidade, em Brasília, para protestar em frente à sede da Eletrobras contra a tentativa do governo ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP) de entregar o setor elétrico brasileiro à iniciativa privada.
Para Nailor Gato, trabalhador da Eletronorte e vice-coordenador da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), a privatização do setor elétrico tem sido articulada desde o início do golpe de 2016. Sinais disso, de acordo com o eletricitário, é a nomeação de Pedro Pedrosa para a secretaria-executiva do Ministério de Minas e Energia, e de Wilson Pinto à presidência da Eletrobras. Ambos têm posição favorável à privatização e têm relações com as transnacionais da energia.
“Eles fazem essa política de desmonte por dentro, com o objetivo de fragilizar as empresas, para depois dizer que as empresas são ineficientes e tentar colocar isso na sociedade, para que passe esse projeto de privatização no parlamento”, aponta o dirigente da FNU.
O ato ocorre um dia após os deputados da base de apoio do golpista Temer atropelarem o regimento da Câmara dos Deputados para acelerar a tramitação do Projeto de Lei (PL) 4963/18, que prevê a privatização da Eletrobras.
O presidente da comissão especial que debate o PL, Hugo Motta (PMDB-PB), além de ler só os títulos de cada capítulo do seu plano de trabalho para acelerar o processo, deixou de incluir a possibilidade de audiências públicas, seminários, visitas externas às hidrelétricas, e não incluiu nenhuma sugestão de entidades e especialistas do setor.
Da CUT
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA