Tombini diz que inflação pode cair dois pontos no primeiro semestre

tombini Gleise

A inflação deverá cair dois pontos ainda no primeiro semestre deste ano e seguir em ritmo de queda até dezembro, para encerrar o ano com um índice próximo de 6,5%. Para 2017, os fundamentos indicam que a inflação estará convergindo para o centro da meta, de 4,5% ao ano. Essa previsão foi feita nesta terça-feira (22) pelo presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

De acordo com Tombini, a queda da inflação é um componente fundamental para a retomada da confiança dos consumidores e um elemento relevante para o crescimento econômico. Ele deixou subentendido que diante dos ajustes – fiscal e monetário -, o realinhamento de preços ocorrido em 2015 e perspectiva de crescimento sustentável da economia será possível, aliados ao menor repasse aos preços do aumento do dólar, criam condições para a política monetária. Tais condições, por exemplo, podem ser uma redução dos juros.

A alta do dólar em 2015, correspondente a quase 50%, causou um efeito também na estrutura de custo das empresas do ponto de vista da empregabilidade – ficou mais barato empregar. “A desvalorização do real permitiu ganhos de competitividade indiscutíveis. Um exemplo foi a redução de 40% do custo unitário do trabalho na indústria”, disse Tombini.

Ele destacou, fruto da valorização do dólar, o resultado das exportações das empresas brasileiras. No acumulado do ano, totalizam US$ 34,5 bilhões e as importações US$ 27,8 bilhões, com superávit de US$ 6,7 bilhões. A previsão é de que encerre o ano com superávit acima dos US$ 30 bilhões. “É um resultado notável tendo em conta que os termos de troca, os preços das exportações e os de importações, caíram 11% no período, a maior queda desde 1999”, afirmou.

O presidente do BC destacou, também, que a elevação do dólar em relação ao real reduziu em 40% o déficit externo da conta corrente. Em 2014 essa conta estava deficitária em US$ 104 bilhões; caiu para US$ 58,5 bilhões em 2015 e em janeiro o déficit no balanço de pagamentos estava em US$ 51,6 bilhões, com previsão de fechar o ano em US$ 30 bilhões. Ao mesmo tempo, a atratividade do Brasil em que pese a redução da nota de risco, tende a melhorar a entrada de recursos por meio do Investimento Estrangeiro Direto (IED). A previsão é que ingressem US$ 75 bilhões e esse valor será suficiente para financiar o déficit da conta corrente.

Sobre as reservas internacionais, hoje equivalentes a 15% do PIB e no total de US$ 374 bilhões, Tombini disse que esse colchão de liquidez funciona como um seguro para enfrentar os choques externos. Tombini disse que o volume de reservas é suficiente para enfrentar a dinâmica do mercado internacional e lembrou que no começo de 2003, primeiro ano do governo Lula, as reservas brasileiras se resumiam a US$ 30 bilhões, sendo que US$ 15 bilhões pertenciam ao FMI.

PT no Senado

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