Suspeitos de envolvimento no Trensalão tucano abriram contas secretas no HSBC

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Dois engenheiros que trabalharam para o Metrô de São Paulo – Paulo Celso Mano Moreira da Silva e Ademir Venâncio de Araújo – abriram contas no banco HSBC da Suíça justamente no período em que surgiram as suspeitas de negócios ilegais da estatal com a empresa francesa Alstom. A denúncia foi publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (12). A reportagem destaca ainda que Silva, que foi diretor de operações do metrô de SP, e Araújo, que foi diretor administrativo do metrô e diretor de obras da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), são acusados de improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estão de São Paulo.
 
Em 10 de abril de 1997 Silva e Araújo assinaram contrato para que a Alstom fornecesse, sem licitação, um sistema de sinalização e controle da linha Norte-Sul (Vermelha) do Metrô de São Paulo. Eles recorreram a um termo aditivo sobre um contrato firmado oito anos antes entre o Metrô e Alstom.
 
Paulo Celso Mano Moreira da Silva surge na lista do HSBC como “engenheiro do metrô de São Paulo” e proprietário da conta numerada aberta em 12 de outubro de 1994. Em 2007, ele tinha US$ 3 milhões. 
 
Ademir Venâncio de Araújo consta, por sua vez, como “diretor técnico do metrô de São Paulo” e dono de três contas numeradas. Segundo as planilhas do HSBC, somando as três, Araújo dispunha de US$ 6,9 milhões em 2007. 
 
O deputado Toninho Wandscheer (PT-PR), autor da proposição que possibilitou a criação de uma subcomissão especial na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para investigar as contas secretas de brasileiros no banco HSBC, disse que a denúncia merece ser examinada e investigado pela subcomissão. “Eles precisam informar a fonte desses recursos. A lei não proíbe conta no exterior, mas se não tiver origem comprovada ficam evidenciados os crimes de sonegação, de evasão de divisa e outros mais”, afirmou.
 
Wandscheer disse que essas denúncias deveriam ser investigas com mais agilidade pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pela Receita Federal. “Mas pelo que temos acompanhado o interesse na apuração não parece tão grande assim”, lamentou. O deputado disse que na próxima semana o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antonio Gustavo Rodrigues, foi convidado para falar sobre o caso HSBC na Comissão de Fiscalização Financeira. “Esperamos que ele possa esclarecer a origem dos recursos dessas e de tantas outras contas de brasileiros que estão na lista das contas secretas o HSBC da Suiça. Se a origem desses recursos é legal o COAF tem que ter essa informação”, enfatizou Wandscheer, 
 
O deputado acrescentou que o COAF tem que ser parceiro de todos os órgãos que querem apurar as denúncias de remessas ilegais de recursos para o exterior e que atuam para a recuperação de ativos originários e produtos de crimes encontrados fora do País.
 
Propina – A Alstom reconheceu ter pago propina a funcionários públicos brasileiros para fechar negócios na áreas de energia e responde pela mesma prática no setor de transporte sobre trilhos.
 
O Ministério Público pede na Justiça que Silva, Araújo e outros dois ex-diretores do Metrô devolvam R$ 4.079.451 aos cofres públicos. A ação também atinge quatro executivos que trabalhavam na Alstom.
 
Vânia Rodrigues, com informações do jornal O Globo

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