O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, previu hoje (11) que o saldo positivo da balança comercial até o final de 2015 deverá alcançar US$ 12 bilhões. Até a primeira semana de setembro, o saldo acumulado no ano foi de US$ 7,9 bilhões.
Para o ministro, é um avanço expressivo o superávit desde ano, já que, no ano passado, o Brasil teve um déficit na balança comercial de US$ 4 bilhões. “Então, sairemos desse déficit para um superávit e esperamos superar esse resultado em 2016”, disse.
O ministro destacou a importância do Plano Nacional de Exportações 2015-2018, lançado em junho, cujo foco principal é aumentar as vendas de manufaturados. A remessa de industrializados brasileiros aos Estados Unidos, por exemplo, registra alta de quase 6% neste ano. O ministro observou que é importante o Brasil se aproximar comercialmente dos EUA, um dos pontos principais da visita da presidenta Dilma Rousseff àquele país, em junho passado.
“Estamos trabalhando para remover barreiras não-tarifárias relacionadas à normas técnicas exigidas de produtos brasileiros. Estamos trabalhando, por exemplo, para fazer uma harmonização de normas que beneficiem as indústrias de cerâmica, têxtil, refrigeração, luminárias e alguns artefatos do setor elétrico”, disse Armando Monteiro. As barreiras não-tarifárias são questões burocráticas entre os dois governos que inviabilizam o comércio de determinados produtos.
O Brasil também negocia um acordo automotivo com a Colômbia. A meta é, de acordo com Monteiro, voltar a vender veículos ao vizinho sul-americano. “O país foi um mercado em que o Brasil já teve no passado uma participação muito maior. Nós queremos recuperar o terreno que perdemos no mercado colombiano”, afirmou.
O ministro indicou o setor automotivo como uma das prioridades da pauta de aumento das exportações. Segundo Monteiro, o setor é “objeto de esforço e de atenção especial” no momento em que o mercado interno não consegue absorver toda a produção de automóveis.
Ele listou como resultado dessa estratégia a renovação de acordos com o México e a Argentina, além de uma parceria com o Uruguai na qual o Brasil definiu cotas semestrais de exportações de veículos. “No momento em que o mercado interno se retrai, nós temos que buscar mercados lá fora”, observou.
Monteiro conduz, ainda, negociações para ampliar a nossa corrente de comércio com economias a Bacia do Pacífico. “Estamos ampliando acordo comercial com o México e, aqui na América do Sul, estamos promovendo acordos com o Peru, a Colômbia e o Chile”, informou.
Há conversas também para firmar acordos de facilitação de comércio e de investimentos para apoiar a internacionalização de empresas brasileiras. Os primeiros já assinados foram com Angola, Malaui e Moçambique. Segundo o ministro, foi também firmado um acordo com o México nessa área, e outros estão em negociação com a Colômbia e o Peru.
UE e Rússia – O ministro reforçou a disposição do governo brasileiro de fechar a proposta do Mercosul para o acordo de livre comércio com a União Europeia.
O acordo será feito com base em listas de produtos que cada país do Mercosul abrirá seu mercado, recebendo como contrapartida a abertura do mercado europeu. “Esse processo é complexo, porque não corresponde apenas à posição do Brasil, mas temos de fazer uma harmonização da oferta dentro dos países que integram o Mercosul”, comentou Armando Monteiro. O início da troca de ofertas entre os blocos deve começar em outubro.
O ministro irá à Rússia na próxima semana também em busca de parcerias comerciais de fôlego. A principal pauta será a definição de mecanismos para financiar o fluxo comercial entre os dois países. O financiamento bilateral é visto como alternativa às restrições econômicas da comunidade internacional ao governo russo, que limita a entrada de produtos europeus. “Precisamos encontrar meios de financiamento bilateral capazes de estimular o comércio com a Rússia. É com está agenda que estaremos então participando desse encontro”, disse.
Equipe PT na Câmara com Portal Brasil