Depois de 222 dias de prisão política por um tríplex que nunca foi dele, Lula deixou a sede da PF curitibana para se defender num processo do sítio que ele frequentou em Atibaia, interior de São Paulo. O inquérito investiga o pagamento de obras de reforma na propriedade.
Lula prestou depoimento à juíza substituta da Lava Jato, Gabriela Hardt nesta quarta-feira (14), na sede da Justiça Federal em Curitiba. Ao longo de quase duas horas, o ex-presidente respondeu questionamentos, reafirmou sua inocência e se insurgiu contra a guerra jurídica que se arrasta há anos contra ele.
“Eu sou vítima do maior processo de mentiras que esses país já conheceu”, disse.
O presidente diz estar cansado da guerra judicial contra ele, cujo histórico e eivado de mentiras, ilegalidade e acusações inconsistentes. “O primeiro processo que participei aqui é uma farsa. Uma mentira do Ministério Público com PowerPoint. O segundo é outra farsa. E eu vou pagar porque eu sou um homem que crê em Deus e crê na Justiça. Um dia a verdade vai prevalecer”.
Lula lembrou uma conversa antiga que teve com um advogado, ainda em 2005, sobre as acusações que começavam a surgir. “Ele disse: ‘não se preocupe porque não há como esse processo ir pra frente’. Não só eu fui condenado como inventaram um offshore ligada à Odebrecht para trazer o processo pra cá [Curitiba]’”
Lula lembrou que os governos petistas é que criaram os mecanismos efetivos de combate à corrupção. “Só tem jeitos de combater [a corrupção]: um é não combater. O outro é escancarar contra quem quer que seja. Não tem que esconder. O país não é de quem governa, é do povo brasileiro. Só não concordo quando fazem uso político disso”.
“No meu caso, a Lava Jato teve um descaminho. Eu era um troféu que a Lava Jato precisava entregar”, completou.
A juíza Gabriella Hardt interrompeu o presidente algumas vezes. Na primeira, acusou de “intimidar a acusação” e “instigar os filiados a intimidar o Ministério Público” contra eles. Ela voltou a repreendê-lo minutos depois, quando Lula mencionou a relação próxima entre Sergio Moro e o doleiro Alberto Yousseff.
Do PT de Notícias