Diante das ofensas racistas sofridas pela jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju Coutinho, que apresenta o boletim do tempo no Jornal Nacional, parlamentares do PT criticaram a propagação de conteúdos com mensagens de ódio e defenderam a punição de tais práticas, que podem configurar diversos tipos de crimes. A repercussão aconteceu justamente no Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, comemorado a cada dia 3 de julho.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), avalia que é necessário enfrentar esse fenômeno. “É inadmissível que casos de racismo como esse ainda aconteçam. É um sinal que precisamos ainda de mais políticas que enfrentem e punam crimes de racismo na internet. Precisamos enfrentar o racismo nas suas mais diversas frentes e manifestações”, declarou Pimenta, acrescentando que a CDHM está “sempre a disposição para coibir a disseminação de ódio através das redes”.
Para o deputado Fernando Marroni (PT-RS), além dos recorrentes casos de discriminação racial, é “lamentável e revoltante” se deparar com a negação da existência do racismo. “Triste, também, é ter que ouvir que não existe racismo no Brasil. Que os negros são quem promovem o racismo. Que existe racismo ao contrário. Não adianta dizer que tem amigo negro, que tem parente negro ou que tem namorado negro ou namorada negra e sair por aí chamando outros negros de macaco. Triste, também, é saber que esse caso só veio à tona por tratar-se de uma pessoa que está na televisão. Quantos casos de racismo não acontecem todos os dias na padaria, no mercado, no trabalho, nos rolezinhos nos shoppings… e ninguém fica sabendo?”, questionou Marroni.
Em sua conta no Twitter, o deputado Jorge Solla (PT-BA) também se manifestou sobre o caso da jornalista. “Crimes cometidos na internet precisam de mais atenção e punição. Racismo é crime inafiançável”, afirmou Solla.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que é uma das vítimas mais frequentes dos “haters” – propagadores do ódio – nas redes sociais, elogiou a jornalista e lembrou que tais práticas são disseminadas por personalidades de ideologia e discurso fundamentalistas. “Isso é o que despertam os que movem ódios! Basta de racismo! E racismo é crime! Ela nos orgulha porque é competente, profissional, mulher e é negra!”, enfatizou Rosário, que foi ministra da Secretaria dos Direitos Humanos do governo federal.
“Lamentável ver tantos impropérios e pensamentos tão ultrapassados. Racismo é crime inafiançável! No Brasil pelo qual lutamos, não há espaço para isso. Basta!”, disse, também no Twitter, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
“Todo meu apoio para a jornalista Maria Júlia Coutinho. Racismo é crime e deve ser combatido”, publico no microblog o deputado Chico D’Angelo (PT-RJ).
Já a deputada Erika Kokay (PT-DF), outro alvo preferencial dos fanáticos fascistas nas redes, publicou uma foto com a frase “Eu também sou Maju” e afirmou que a sociedade precisa “reconhecer que temos um racismo naturalizado no Brasil para que possamos combatê-lo”.
O jornalista Jorge Moreno, de O Globo, também relacionou as manifestações de ódio à onda conservadora na política. “É inevitável: a ascensão dos racistas e homofóbicos ao poder estimula ainda mais o aumento do preconceito e a sensação de impunidade”, lamentou Moreno.
PT na Câmara