Parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores se revezaram na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (14), para prestar solidariedade aos povos baiano e mineiro que sofrem com as enchentes que castigam os dois estados. Dados da Defesa Civil apontam que 75 mil pessoas na Bahia e em Minas foram atingidas pelas fortes chuvas que açoitaram as regiões nos últimos dias. Balanços dos governos estaduais revelam que seis pessoas já morreram e pelo menos 175 ficaram feridas em decorrência das chuvas. Petistas ainda criticaram o descaso do governo federal, que até o momento não liberou recursos às áreas atingidas.
“Mas eu queria hoje manifestar a nossa solidariedade aos nossos companheiros da Bahia. Quero parabenizar a ação imediata e decisiva do governador Rui Costa (PT) e todo o governo do estado, empenhados em buscar minorar a situação e atender as pessoas que estão desabrigadas para tentar recuperar o estrago que as chuvas vêm fazendo”, discursou o deputado Jorge Solla (PT-BA).
Solla também criticou o presidente da República que, segundo ele, foi para o extremo sul “para criar problema” e, mais uma vez, para propagandear o “não uso da máscara”. “O presidente Jair Bolsonaro ainda não liberou recursos para apoiar os desabrigados, não liberou recursos para as intervenções nem para o governo do estado, nem para as prefeituras, numa situação dessa de calamidade. Já são quase 60 municípios em que foi decretado emergência”, criticou.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) informou que o governador da Bahia, Rui Costa, vai anunciar em breve recursos do Governo do estado para socorrer os atingidos pelo temporal que tem solapado alguns municípios baianos. “Esse é o esforço do povo baiano em solidariedade às famílias atingidas e à população regional para a intervenção necessária a fim de recompor a infraestrutura logística, as unidades habitacionais e os negócios na região”, destacou o parlamentar.
“A nossa expectativa é que haja redução da precipitação pluviométrica e que as intervenções de infraestrutura sejam realizadas o mais rapidamente possível”, completou Florence.
O deputado Joseildo Ramos (PT-BA) também destacou a atuação do governador petista Rui Costa. “Nós tivemos Rui Costa, considerado o melhor governador do Brasil, de prontidão, acudindo aqueles que perderam suas casas, seu patrimônio, aqueles que estavam numa situação dificílima, nos municípios do extremo sul. No mesmo instante, o Bolsonaro fazia carreata, preocupado com o momento eleitoral do ano que vem”, censurou.
Para o deputado Rogério Correia (PT-MG) as enchentes que atingem cidades mineiras têm ligação direta com a devastação ambiental que o estado tem sofrido nos últimos tempos. “Quero prestar minha solidariedade às famílias que estão sendo vitimadas pelas enchentes no nosso querido Vale do Mucuri e no Vale do Jequitinhonha. As chuvas fortes e as condições de deterioração do meio ambiente têm causado, por vezes, dramas muito profundos na nossa sociedade”, lembrou.
Tchauzinho
O deputado conclamou o governo do estado de Minas Gerais, Romeu Zema e o governo federal a prestarem socorro ao povo que sofre com a destruição causada pela chuva. “Nós fazemos aqui a solicitação de que tanto o governo do estado quanto o governo federal façam anúncios efetivos de socorro a essas famílias, às Prefeituras, às Câmaras de Vereadores”, invocou o deputado.
Correia disse ainda que o governador Zema esteve no Vale do Mucuri, visitou Águas Formosas, mas, que “saiu de lá sem nenhum anúncio concreto”. Para o parlamentar, “não adianta o governador pegar um helicóptero, descer na região, cumprimentar a população, dar tchauzinho para os vereadores, mas nada anunciar”, ironizou.
“Eu faço um apelo aqui para que o governo do estado, para além do decreto de calamidade pública, anuncie de forma concreta o que será feito em favor das populações que sofrem hoje com essas enchentes, notadamente nessas duas regiões de Minas Gerais”, reiterou Rogério Correia.
Ausência do Estado
Em seu discurso, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) reclamou da violência do Estado brasileiro contra os mais pobres. Para ele, a ausência do Estado brasileiro fortalece cada vez mais o ciclo da pobreza. “Olha o que está acontecendo agora com os desastres da natureza, com as fortes chuvas no extremo sul da Bahia, e também em Minas Gerais, na região dos vales do Jequitinhonha e Mucuri”, exemplificou.
Morosidade governamental
O parlamentar reclamou também da morosidade do governo em caso de calamidade pública. “É fundamental que na política do desenvolvimento regional, da integração nacional, da defesa civil nacional, além das três ações que são: a recuperação emergencial, a volta do direito de ir e vir e a volta da possível normalidade nesses municípios, o governo demora para agir, o Governo não tem agilidade”, criticou Lopes.
Reginaldo contou que, em 2012, com o governo da presidenta Dilma, criou-se uma conta local para a Defesa Civil, em que o prefeito solicitava recursos, que eram liberados imediatamente, “para limpar a cidade, comprar cesta básica, voltar ao funcionamento, contratar máquinas”.
“O governo também demora muito no processo de reconstrução. Nós precisamos ser ágeis no processo de reconstrução da infraestrutura, no campo e na cidade, onde ocorrem esses desastres da natureza”, sugeriu Reginaldo Lopes.
Benildes Rodrigues