Sob Bolsonaro, miséria bate recorde e penaliza 20 milhões nas metrópoles

Foto: Fernando Madeira / Site do PT

Percentual de pessoas em situação de pobreza disparou e já representa 23,7% da população de 22 áreas urbanas, aponta estudo. “Nunca antes o Brasil teve tantas pessoas nessa triste situação”, diz Alexandre Padilha;

O total abandono da população mais vulnerável por Jair Bolsonaro fez explodir o número de miseráveis nos centros urbanos do Brasil. De acordo com o 9º Boletim Desigualdade nas Metrópoles, que colhe estatísticas das 22 maiores regiões urbanas do país, o número de pessoas em situação de pobreza disparou e já atingiu 19,8 milhões de brasileiros nas metrópoles no ano de 2021. É um recorde da série histórica iniciada em 2012. Pela primeira vez, o índice ultrapassou 20% e chegou a 23,7%, quase um quarto da população das regiões.

O boletim é fruto de parceria entre PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Observatório das Metrópoles e RedODSAL (Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina).

De 2020 para o ano passado, mais de 3,8 milhões de pessoas cruzaram a linha da pobreza, segundo o levantamento feito a partir de dados da Pnad Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo inclui dados de programas sociais, como o Auxílio Brasil.

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Entre os motivos apontados para a escalada da miséria estão o fim do auxílio emergencial em 2021, a inflação galopante do ministro-banqueiro Paulo Guedes e o desemprego. “Isso [fim do auxílio] fez os indicadores de pobreza darem um salto”, declarou à Folha de S. Paulo o professor do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUCRS e um dos autores do estudo, André Salata.

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“Em 2021, tivemos ainda o efeito inflacionário”, completou o outro coordenador do levantamento e pesquisador do Observatório das Metrópoles e professor do IPPUR (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ), Marcelo Ribeiro.

“Nunca antes o Brasil teve tantas pessoas nessa triste situação”, lamentou o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), em sua conta do Twitter.

Linha da pobreza

De acordo com critérios do Banco Mundial, a linha de pobreza é definida em R$ 465 per capita (por pessoa) por mês. Já para a pobreza extrema é considerado o valor de R$ 160 per capita por mês. Segundo o estudo, o grupo dos extremamente pobres bateu recorde no ano passado, quando atingiu cerca de 5,3 milhões de brasileiros nas regiões metropolitanas, o que equivale a 6,3% da população.

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De 2020 para 2021, 1,6 milhão de pessoas passaram a viver em situação de pobreza. É como se Porto Alegre inteira, que tem 1,5 milhão de habitantes, ficasse pobre da noite para o dia, compara o estudo.

As maiores taxas de pobreza foram detectadas em Manaus (41,8%) e na Grande São Luís (40,1%). Já a pobreza extrema castiga Recife, com 13%, e Salvador, com 12,2%.

Da Redação da Agência PT, com Folha de S. Paulo

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