De passagem por Maricá (RJ), município que há anos carrega a marca da inovação administrativa e do jeito petista de governar, o ex-presidente Lula – em seu terceiro dia da caravana “Lula pelo Brasil” – desafiou nesta quarta-feira (6) a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal a provar que ele tenha roubado um único Real e disse que – fora o eleitor – ninguém mais tem o direito de impedi-lo de chegar novamente ao Palácio do Planalto. “Só quem pode me impedir de ser presidente é o povo brasileiro votando ou não em mim”, afirmou.
Nessa terceira etapa, a caravana – que já passou pelo Espírito Santo – segue caminho por municípios do Rio de Janeiro. Em seu discurso, durante ato na Praça da Igreja Matriz, Lula disse que, aos 72 anos de idade, ainda alimenta sonhos e que está se preparando para alcançá-los. “Faço duas horas e meia de ginástica por dia. Vocês vão ficar com inveja de mim: estou com a energia de um jovem de 30 e com o tesão de um jovem de 20 para fazer política nesse País”.
Disse ainda que para derrotá-lo seus adversários vão ter que lutar muito. “Se querem me derrotar, não tentem fazer safadeza, disputem comigo na urna. Eu sei perder e sei ganhar. Eu pedir em 89, em 94 e em 98, e vocês não viram eu reclamar. Não fiz a safadeza que o Aécio Neves fez de promover o impeachment para tirar a mulher que ganhou dele”, afirmou, fazendo referência a presidenta Dilma Rousseff, que também participou do ato.
O ex-presidente voltou a falar do grande temor das elites acerca da sua volta à Presidência. “O medo deles é seguinte… Eles pensam assim: esse peão não deve voltar! Como pode um torneiro mecânico, que só tem quatro anos de escolaridade, ter apenas um curso do Senai e ser o cara que mais colocou gente na universidade brasileira?”, ironizou.
Lula disse que seu maior diferencial com relação a qualquer adversário representante da elite é que ele conhece de perto a realidade da população. “Se eles não sabem cuidar deste País, eu seu. Eu não tenho diploma de Economia, de Filosofia, de Engenharia, mas tenho um diploma que eles não têm, que é o da minha relação com a sociedade brasileira, da minha compreensão do povo. Eu sei o que é a fome, o que é morar num lugar que enche d’água, o que é acordar pela manhã com rato e barata subindo na cama”, descreveu.
A presidenta Dilma Rousseff, alvo maior da trama parlamentar-midiática contra a democracia e o povo brasileiro, disse que o país vive um momento “estranho”, já que o resultado do golpe está claro. “Houve um golpe de Estado no País. E o golpe não é apenas um ato específico, como a votação que ocorreu no Senado. O golpe tem outras etapas. E a segunda etapa é aquela que retira nossos direitos, que faz a Reforma Trabalhista, que coloca o trabalhador submetido ao empresário”, exemplificou Dilma, falando de vários outros desmontes do governo ilegítimo de Michel Temer.
Segundo Dilma, a terceira etapa é impedir a retomada da democracia por meio de eleições, com a recondução de Lula à Presidência. “Temos que barrar o golpe, tempos que impedir que ele continue impunimente, tirando nossos direitos e acabando com nossa soberania. E como vamos fazer isso? Evidenciando, com clareza, que o golpe continua sendo armado: querem tirar o Lula do processo eleitoral”. Em contraposição a tudo isso, Dilma falou do resultado recentes das pesquisas. “O povo reconhece que Lula é capaz de garantir que possamos retomar o caminho da democracia, voltar a crescer e distribuir renda”.
PT na Câmara
Foto: Ricardo Stuckert