Foto: Otávio Nogueira/Flickr
O país poderá atingir novo recorde na safra de grãos 2014/2015, superando 200 milhões de toneladas, mesmo com as incertezas climáticas e as tendências de queda na liquidez e elevação dos juros no mercado internacional (com impacto sobre os preços das commodities). A previsão é da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA).
Para o deputado Zé Geraldo (PT-PA), a expectativa da quebra de um novo recorde na produção de grãos tem influência direta do apoio dado pelo governo federal à agricultura brasileira. “Apesar dos inúmeros problemas climáticos que afetaram o país no ultimo ano, o Brasil continua aumentando a sua produção graças ao aumento no acesso a tecnologia e a linhas de financiamento. O Plano Safra, assim como a redução no IPI para máquinas, implementos agrícolas e crédito mais barato, tem ajudado a aumentar a produtividade da agricultura brasileira”, explicou.
Em conformidade com a declaração do parlamentar petista, a Sociedade Nacional da Agricultura (SNA) afirma que o provável recorde histórico é decorrente de um “pequeno crescimento” na área plantada e “melhoria da produtividade”. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, disse que o crescimento, mesmo em meio a adversidades, é a prova de que o agronegócio responde bem às ações do governo, como incentivos fiscais e planos específicos.
“Essa será uma safra muito boa, com resultados recordes e um pouco acima do da safra no período imediatamente anterior, apesar dos problemas climáticos, principalmente. Isso se deve ao aumento da área plantada e da produtividade. E é uma prova de que o agronegócio responde bem aos estímulos do governo, que implementou um plano safra satisfatório”, disse Alvarenga.
Antonio Alvarenga adiantou que a entidade prevê crescimento de 1,5% da área destinada ao plantio e produção 4% superior à safra anterior, em parte por causa do maior aproveitamento da safra graças à melhoria de processos tecnológicos no campo.
Apesar das boas perspectivas, a SNA alerta para eventuais problemas climáticos. “Todas as previsões devem ser vistas com reservas, tendo em vista a possibilidade de eventos climáticos que venham alterar a produtividade”, ressaltou.
Apesar das projeções de safra recorde, o agronegócio deverá, segundo o diretor da entidade, Hélio Sirimarco, dar uma contribuição menor para a balança comercial brasileira em 2015. “Existem indicações de queda ou estagnação das exportações do setor, com retração dos preços médios dos produtos exportados. A equação pressupõe, ainda, que a produção brasileira de grãos seguirá a trajetória antecipada pelos primeiros levantamentos de safra”, ressalta.
Plano Safra – O Plano Safra 2014/2015 foi lançado em julho deste ano com R$ 24,1 bilhões disponibilizados. O montante contratado até o mês de novembro representava 54% do total estimado para o ano safra.
Em apenas cinco meses após o lançamento do Plano Safra 2014/2015, os agricultores familiares brasileiros já contratam mais de R$ 13 bilhões em linhas de custeio e investimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). No período de julho a novembro, foram efetivados 976.572 contratos entre em todo o País.
Em comparação com o mesmo período da safra passada (2013/2014), houve aumento de 26% no valor contratado e de 3% no número de contratos. De julho a novembro de 2013 foram pactuados R$ 10,3 bilhões e 946 mil contratos.
Héber Carvalho com Agência Brasil