O dia 7 de abril de 2018 é um dia histórico para a jovem e combalida democracia brasileira. Mas, aos olhos de quem acompanha os desdobramentos da política nacional desde o golpe dois anos antes, a data é um marco negativo imune a comemorações: foi naquela noite que Lula tornou-se um preso político, encarcerado sem provas e condenado sob circunstâncias que ainda chocam o mundo jurídico Brasil afora. Não à toa, o 7 de abril que se aproxima será marcado por uma nova demonstração de resistência com a realização de grande ato nacional pela liberdade do ex-presidente na Vigília Lula Livre em Curitiba.
A escolha do local, que terá durante o domingo a presença de caravanas vindas de todo o País, carrega todos os simbolismos possíveis. Mais do que materializar o apoio irrestrito a Lula durante ininterruptos 363 dias completados nesta sexta-feira (5), a Vigília é a fortaleza que se mantém de pé para mostrar que a luta pelo ex-presidente é também a luta pelo restabelecimento da democracia.
Por isso, o ato de domingo servirá, mais do que tudo, para reafirmar o que grande parte do Brasil e do mundo já sabe: há violações sérias à Constituição e aos direitos humanos acontecendo no País. “Desde o dia 7 de abril do ano passado estamos aqui para mostrar total lealdade ao presidente Lula, que ele nunca estará sozinho e que nós só sairemos daqui com ele livre e inocentado”, reitera Roberto Baggio, liderança do MST e coordenador da Vigília Lula Livre.
Figura onipresente por ali, Baggio espera que o ato de domingo sirva para corroborar o que chama de “troca mútua de energias” entre a Vigília e Lula. “Tudo o que fazemos aqui serve de alimento para a alma do ex-presidente. As saudações de manhã, tarde e noite, os atos, as visitas, tudo é recebido por ele com entusiasmo e alegria. Por outro lado, nós fazemos questão de seguir à risca toda e qualquer solicitação feita por ele”, completa.
Dia de luta, dia de Lula
A expectativa para o domingo é de casa cheia durante todo o dia. Na parte da manhã, a Vigília recepcionará as caravanas vindas de todo o Brasil e, por volta das 10h, sedia o grande ato nacional por Lula Livre com a presença de lideranças partidárias e representantes de diversos movimentos sociais.
Na parte da tarde o local sediará uma série de atividades culturais com artistas das mais variadas vertentes. Pouco antes de a noite cair, o ato inter-religioso encerra a programação. Nos três períodos, claro, também haverá a tradicional saudação ao ex-presidente, sempre puxada pela militância – desde o primeiro dia, a Vigília não falhou uma única vez sequer em enviar bom dia, boa tarde e boa noite a Lula.
O ato também encerra a Caravana Lula Livre, iniciada por Haddad nesta sexta (5) em Porto Alegre, que passará ainda por Florianópolis neste sábado (6) antes de chegar a Curitiba.
Confira a programação:
6h30: Concentração da militância no Terminal Boa Vista.
7h40: Caminhada do Terminal Boa Vista para a Vigília, com chegada até 8h45.
9h: “Bom dia, Presidente Lula” com as caravanas presentes na Vigília.
10h: Ato de encerramento da Caravana Lula Livre com Haddad.
14h30: “Boa tarde, Presidente Lula”
14h45 às 16h15: Apresentação cultural com grupos musicais da Vigília.
17h30: Ato inter-religioso
19h: Boa noite presidente Lula.
Jornada Lula Livre
Entre os dias 7 e 10 de abril todas as atenções estarão voltadas para a Jornada Lula Livre, iniciativa que pretender reforçar o posicionamento contrário diante da atual conjuntura política brasileira e ampliar a unidade em torno das lutas em defesa do maior líder popular da história do Brasil.
Com eventos programados em praticamente todos os estados brasileiros e também em diversos outros países, a Jornada Lula Livre terá seu grande ato nacional realizado no dia 7, dia em que a prisão política completa um ano.
A iniciativa é parte da reorganização das estratégias de mobilização dos comitês populares espalhados por todas as regiões da nação e reativa e campanha Lula Livre lançada ano passado. A jornada também se readequará aos lamentáveis desdobramentos políticos que aconteceram no país a partir da eleição de Jair Bolsonaro, como a reforma de Previdência.
Agência PT de Notícias