A primeira capital do Estado do Piauí, Oeiras, conhecida pela fé e devoção do seu povo, comemorou 300 anos nesta terça-feira (29). A pedido do deputado Assis Carvalho (PT-PI), uma sessão solene foi realizada na Câmara nesta data e contou com a presença do governador do Piauí, Wellington Dias. A solenidade, dedicada à primeira capital e cidade mais antiga do estado, contou com apresentação artística do Bandolins Mirins de Oeiras, participação de diversas autoridades políticas e oeirenses radicados em Brasília.
Durante a sessão, o deputado Assis Carvalho enalteceu a história da primeira capital do Piauí. “ Oeiras é uma cidade que abraça a cultura e a tradição. Tenho orgulho em ser filho dessa terra, lá eu aprendi os princípios que me levaram para onde eu estou hoje”, disse. Assis relembrou que a sua cidade natal continua sendo exemplo de luta, independência, cultura, emancipação e solidariedade.
O governador do Piauí, Wellington Dias, ao discursar, lembrou a importância da cultura oerense para o Estado. Ele comentou a programação na cidade até o dia 26 de dezembro. “Estamos preparando uma programação onde possamos voltar na história, fazendo uma celebração com brasileiros, portugueses, africanos, os povos da origem. Quero dizer também da minha alegria com a presença dos bandolins de Oeiras. Nada representa mais os 300 anos do que a cultura, e nela os bandolins”.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que participou da homenagem, relembrou os momentos em que visitou Oeiras. “Quando lá chegamos, nós respiramos a fé. É uma cidade de grandes homens e mulheres, os mesmos que tornaram Oeiras um patrimônio do povo brasileiro com a sua importância histórica em defesa da liberdade e da vida”, mensurou.
De acordo com a presidente da Associação Cultural de Amigos do Piauí (Acampi), Alexandra Vieira, a associação contribui com a valorização da cultura piauiense em Brasília. “ Não é só pela grande quantidade de piauienses na capital do Brasil, mas também pela rica importância histórica, procuramos coadjuvar, com ações e programações em torno da nossa cultura”, explicou.
Em seu discurso, Assis falou sobre a participação do município na luta pela Independência do Brasil e o acervo arquitetônico. “Oeiras se rebelou contra os colonizadores que haviam destacado um comandante de armas para garantir a fidelidade do norte brasileiro a Portugal, mesmo após a independência ter sido proclamada em São Paulo, em setembro de 1822. No dia 24 de janeiro de 1823, Manuel de Sousa Martins – que depois se tornaria Visconde da Parnaíba – proclamou a independência do Piauí de Portugal, desafiando a Coroa Portuguesa, e assumiu a presidência da Junta do Governo”, contou.
“Hoje, reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e Capital da Fé, Oeiras preserva cultura e tradição. Considerada o marco zero do Piauí, possui algumas das mais antigas edificações em solo piauiense, verdadeiros monumentos como a Igreja de Nossa Senhora da Vitória, a Igreja do Rosário, os sobrados de João Nepomuceno e o dos Ferraz, a Casa do Cônego, a Casa das 12 janelas, o Major Selemérico, dentre tantos outros”.
O encerramento teve apresentação artística do Bandolins formado por adolescentes que tocaram o hino de Oeiras, chorinho, marchinhas e sambas.
Layla Andrade com AP