O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), informou há pouco que a bancada do partido está presente na Câmara, mas não está marcando presença na sessão que analisa o pedido para instaurar processo por crime de corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer, porque a oposição não teve direito de se pronunciar. Para ele, “há vício no processo”. “Já entramos com ação no Supremo Tribunal Federal para que esse vício seja corrigido”, disse.
Para o líder, foi solicitado o pedido de encerramento de discussão porque “eles querem atropelar e votar de qualquer maneira” protestou Zarattini. “Não vamos votar sequer a obstrução porque não vamos colaborar para que se tenha quórum para a votação de hoje”, disse.
O líder afirmou ainda que os deputados estão cientes do comportamento da opinião pública, que quer abertura do processo contra Temer, e pelo estabelecimento de eleições diretas, mas agem à revelia da vontade da população.
“Se armou um conjunto de forças majoritárias no Congresso Nacional, mas minoritária na sociedade e que vem prejudicando o Brasil”, disse. Ele citou os retrocessos em andamento promovidos pelo Governo Temer como as reformas trabalhista e previdenciária que retiram direitos dos trabalhadores. “Querem impor medidas que atentam contra a soberania nacional, como a entrega do pré- sal às multinacionais e o sucateamento da Amazônia,entregues ao capital internacional”, disse.
Carlos Zarattini também criticou a política econômica do presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e afirmou que o governo terá que aumentar a meta de déficit primário. “Provavelmente governo terá que encaminhar projeto para aumentar déficit.”
O parlamentar criticou a austeridade do governo e o aumento do déficit público. Segundo ele, Temer quer desmontar o parque industrial brasileiro e ainda entregar o petróleo do pré-sal para estrangeiros, além de vender usinas da Eletrobras a baixos preços “, afirmou.
“A economia já está completamente desestabilizada, está em ruínas”, disse Zarattini, ressaltando que daqui a pouco faltará orçamento, entre outros setores, para o Exército, para a saúde e para a Força de Segurança Nacional. O parlamentar acusou a bancada ruralista de ter se ‘vendido’ a Temer.
(PT na Câmara)