Parlamentares manifestaram indignação com o que chamaram de “parcialidade e partidarismo” do juiz Sérgio Moro, de vazar completamente a Lava Jato, na quarta-feira (16), no momento em que a Presidente Dilma estava para nomear o presidente Lula. Consideram que ele estava a serviço da oposição golpista, numa sintonia com a Globo.
Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG), o alvo do juiz Sérgio Moro é a República. “Ele quer desmoralizar a República. Essa atitude (grampear a presidente) por parte de quem deveria ser o guardião da lei, de ter isenção para julgar, esse tipo de atitude, de devassar um telefonema de uma Presidenta da República com um ex-presidente, isto é um ato de anarquia, de desconstrução da República. Esse juiz precisa de ser afastado de suas funções, porque está agindo como um déspota, é pior do que estar partidarizado, é agir como um tirano, a tirania é inimiga da liberdade”, disse.
Na avaliação da deputada, a postura do juiz Sérgio Moro é inteiramente inconstitucional, inaceitável. “Nós estamos aqui em uma casa de legisladores, não há como nós não nos indignarmos com esse tipo de transgressão. Transgride a segurança do nosso país. Se uma conversa da presidenta da República pode parar na Globonews, e isso vazado por um juiz, eu me pergunto, que República restou? Nós temos que defende-la”, disse.
Para o deputado Adelmo Leão (PT-MG),a atitude de Moro parece mais um ato de desespero, de extremo desespero. “O que é grave nesse país é um juiz federal, do estado, grampear um telefone, mas utilizar nesse grampeamento a fala da presidente da República, isto é grave, isto é insubordinação, isto é atentado as boas práticas da república, isto é anti-republicano, isto é absolutamente inaceitável. É preciso um momento de muita ponderação, de muita racionalidade, muito cuidado, pra nós não ficarmos vítimas dessa situação das pessoas radicalizadas, das pessoas apressadas, dos fascistas que estão aí que querem derrubar a República”.
Na avaliação do deputado Pepe Vargas (PT-RS), o juiz parte da premissa de que prerrogativa de foro é privilégio, mas isto deixou de ser privilégio há muito tempo. “Tanto é que tem deputado que tá acusado, e renuncia ao mandato para fugir do julgamento do Supremo, porque não há mais recurso, exemplo típico, o deputado Eduardo Azeredo, que renunciou ao mandato para remeter o julgamento dele à 1ª estância. Então, prerrogativa de foro deixou de ser privilégio há muito tempo, portanto, essa tese de que a nomeação de Lula é para ele ter foro privilegiado do Supremo Tribunal Federal é equivocada, além de colocar o Supremo sob suspeição”, disse.
Para o deputado Padre João (PT-MG), está cada vez mais “escancarada” a parcialidade e o partidarismo do Moro. Com o ingresso de Lula no governo, entretanto, avalia, o fato ajudará o Governo nas relações institucionais, mesmo na política internacional, dando uma guinada na economia, levando o governo mais para o social, para toda a sociedade, contribuindo muito com a relação com o Congresso.
PT na Câmara
