A Reformulação do Ensino Médio rendeu um dia inteiro de discussões durante seminário realizado na segunda-feira (10), em Teresina (PI), por profissionais da Educação, estudantes e gestores. O coordenador do evento, deputado Jesus Rodrigues (PT-PI),disse que ficou satisfeito com a riqueza de ideias e propostas apresentadas.Jesus Rodrigues abriu o evento falando sobre a necessidade de se definir que formação deve ser trabalhada junto aos estudantes durante o ensino médio e que é preciso prepará-los não apenas para o vestibular, mas para a vida. O deputado federal Nazareno Fonteles (PT-PI), que também é professor, afirmou que é preciso submeter os jovens ao debate cotidiano.
A professora Marta Freitas, que representou o secretário estadual de Educação na ocasião, discorreu sobre as concessões de bolsas, cursos de aperfeiçoamento e parcerias firmadas para oferecer formação continuada aos professores da rede pública do ensino médio.
A gerente de Ensino Médio da Secretaria de Educação, professora Marcoelis Moura, fez um resgate da finalidade do ensino médio definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A gestora relatou o trabalho desenvolvido no que diz respeito à flexibilização curricular e sugeriu a ampliação do ensino noturno para mais de três anos, com menor carga horária diária e anual, com o objetivo de garantir mais tempo do estudante com o professor.
O vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE), Cássio Borges, falou sobre a violência dentro das escolas gerada pela exclusão social, mas também sobre o que chamou de “violência institucional”, caracterizada pela extrema hierarquização da escola, que não permite ao aluno o direito de dialogar, de questionar.
A presidente do Conselho Estadual de Educação, Eliana Sampaio, levou a plateia a refletir sobre o ensino noturno. Segundo ela, dentre os principais entraves está a baixa exigência dos professores em relação aos alunos do ensino noturno, que tendem a aplicar os conteúdos de forma superficial, o que acaba prejudicando a aprendizagem, sob o argumento de que esses alunos passam o dia trabalhando e chegam cansados às salas de aula.
“Vemos o processo de melhoria da qualidade da Educação, mas onde esse processo é mais lento é no ensino médio. Precisamos dar saltos de qualidade. Estamos dando passos. O desafio nos próximos dez anos é muito grande”, frisou o ex-secretário de Educação, professor Antônio José Medeiros, que abordou os instrumentos de avaliação do MEC.
O relatório de Seminário será encaminhado à comissão especial destinada a promover estudos e proposições para a reformulação do Ensino Médio, da Câmara dos Deputados. Está à frente da comissão o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).
Assessoria Parlamentar
