Seminário do PT mostra que mobilização pode derrotar reforma da Previdência

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Mobilizar a população para a luta contra a reforma da Previdência (PEC 287/16) do governo ilegítimo de Michel Temer, que retira direitos dos trabalhadores, foi o principal objetivo do seminário que a Bancada do PT na Câmara promove nesta quinta-feira (9), em Brasília. “A luta contra o desmonte da Previdência Social não pode se restringir ao Congresso Nacional, ela tem que abranger todo o povo brasileiro, em cada município”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP) na abertura do evento.

O líder explicou que o encontro que reúne vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, gestores e dirigentes do Partido dos Trabalhadores de todo o País ajudará na mobilização e na conscientização dos trabalhadores sobre os retrocessos previstos na reforma. “Temos que acelerar a mobilização em todo o País. Estamos avançando para além das fronteiras da Câmara porque precisamos derrotar essa proposta cruel contra os trabalhadores ainda na comissão especial que discute o tema”, reforçou Zarattini. Ele lembrou que a intenção da base do governo é a de apreciar a proposta, em plenário, na segunda quinzena de maio.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, participou da abertura do evento e afirmou que derrotar a reforma da Previdência significará “desmoronar a política recessiva do governo Temer”. Ele disse que não é por outra coisa que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, recentemente disse à imprensa que se a reforma não for aprovada da forma como foi apresentada pelo governo é melhor não ter reforma. “Por isso, é fundamental a nossa mobilização. Se derrotarmos essa PEC, que afeta cruelmente os trabalhadores brasileiros, vamos animar a militância e demonstrar a setores que hoje são refratários ao PT de que o partido está do lado certo, defendendo o Brasil ao lado do povo brasileiro”.

O deputado Décio Lima (PT-SC), líder da Minoria no Congresso, também participou da mesa de abertura do evento e disse que o combate à reforma da Previdência é dentro do Congresso, mas enfatizou que essa árdua tarefa precisa do apoio das ruas. “A grande indagação nesse momento é qual é o partido que vai ter a capacidade de defender a classe trabalhadora brasileira do campo e da cidade. E o partido que tem a maior capilaridade para fazer esse enfrentamento é exatamente o PT”, afirmou.

Décio Lima destacou que essa reforma afeta a vida das pessoas, e que vereadores e deputados estaduais precisam mostrar a dor e a dureza dessa proposta do governo golpista, feita para privilegiar o sistema financeiro e os rentistas. “Com as novas regras, caso essa proposta seja aprovada, o trabalhador não vai conseguir se aposentar e terá que recorrer ao sistema privado de Previdência”, alertou.

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), líder PT no Senado, destacou a importância do seminário afirmando que é fundamental democratizar as informações sobre a proposta perversa do governo ilegítimo, para organizar a luta em todo o País. “A população é contra; nós somos contra. Vamos fazer um bom debate com a sociedade e ganharmos essa causa”. Gleise citou ainda que ontem – Dia Internacional das Mulheres – , militantes e parlamentares foram às ruas e deram o seu recado. “As mulheres, que serão as mais atingidas pela reforma disseram claramente que são contra qualquer retirada de direitos”.

Na avaliação do líder da Minoria no Senado, senador Humberto Costa (PT-PE) o principal trabalho a ser feito para derrotar a reforma é na base dos parlamentares nos estados e municípios. Ele defendeu o combate do desmonte da Previdência nas ruas e nas redes sociais. “Tenho certeza de que da forma como a proposta foi apresentada, com tantos retrocessos, com tamanho prejuízo para os trabalhadores, ela não passa”, avaliou.

Comissão Especial – O deputado José Mentor (PT- SP), um dos representantes do PT na comissão especial que discute a reforma, participou da mesa de abertura do evento e fez relato dos trabalhos do colegiado. Ele citou o rolo compressor da base do governo, que tentou impor uma agenda acelerada, já querendo que o relatório fosse apresentado no dia 16 de março. Mentor falou da grande resistência do PT e dos partidos de oposição, que obrigou os governistas a recuarem. “Conseguimos incluir quatro novas audiências públicas, ampliando novos temas para debates. Com isso, além de esticar o prazo para a apresentação do parecer, conseguimos garantir um dos debates sobre as mulheres, principais prejudicadas com a reforma e sobre o cálculo atuarial, que é onde o governo diz que tem defícit mas não cita os dados no qual se baseou”, explicou.

A inclusão das audiências, segundo Mentor, foi uma vitória porque representa um ganho de cerca de 20 dias na apresentação do parecer na comissão. “Tempo fundamental para as mobilizações”, reforçou.

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), explicou que apesar do trabalho dos deputados na comissão especial da reforma e da Bancada do PT ser contra o desmonte da Previdência, é fundamental a mobilização em cada estado, em cada município brasileiro. A reforma, enfatizou Guimarães, afeta a vida das pessoas e eles precisam saber o que significa e quais as consequências dessa mudança de regras. Ele citou que 70% das pessoas que vivem nos pequenos municípios dependem diretamente da Previdência que impacta a economia local. “70% dessas pessoas têm a receita vinculada à aposentadoria, elas dependem da Previdência Social para sobreviver. Mudar as regras, inviabilizar a aposentadoria para esses trabalhadores vai afetar a sobrevivência de milhares de cidades”, alertou.
Guimarães defendeu ainda a mobilização concentrada na base eleitoral dos deputados e senadores para que eles votem contra o desmonte da Previdência.

Heber Carvalho e Vânia Rodrigues

Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

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