Especialistas em desenvolvimento sustentável de instituições ligadas à construção civil defenderam nesta quinta-feira (24) a adoção de políticas púbicas de incentivo à adoção de padrões sustentáveis na construção civil.
Segundo os especialistas, o alto preço dos padrões sustentáveis inibem as construtoras que, na busca por competitividade comercial, optam por padrões de construções mais baratos e nada ecológicos. O tema foi debatido durante o Seminário Construções Sustentáveis, promovido pela Câmara dos deputados.
Segundo o presidente do conselho deliberativo do Conselho Brasileiro de Arquitetura Sustentável, Marcelo Vespoli Takaoka, no Brasil as construções ainda seguem o modelo do século XX. “Ainda precisamos de cerca de cinco anos para que as construções civis do Brasil entrem no século XXI. As construções sustentáveis são benéficas para os usuários e para a sociedade, mas custam muito caro para as construtoras. Precisamos instituir políticas de incentivo ao financiamento de modelos sustentáveis”, defendeu.
Autor do requerimento para a realização do seminário, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), disse que a construção civil brasileira necessita fazer urgentemente a transição para um modelo ecologicamente correto. “No Brasil, o concreto parece ser sinônimo de desenvolvimento. Uma edificação que não otimiza a iluminação e ventilação natural, que não faz reaproveitamento de água, condicionará seus usuários a um gasto excessivo com manutenção por toda a sua vida útil. Tudo que foi economizado no começo, será gasto em dobro por quem for viver neste edifício”, explicou Teixeira. O deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) também subscreveu a iniciativa.
Minha Casa, Minha Vida – Paulo Teixeira elogiou o programa habitacional do governo Lula e disse que estão sendo instalados equipamentos para captação de energia solar em todas as casas. O parlamentar, que é autor de um projeto de lei que prevê incentivos às construções sustentáveis, acredita que em um curto espaço de tempo será possível fazer a transição do atual modelo da construção civil brasileira. “Este debate que estamos realizando já é um passo importante para introduzir, no conjunto da sociedade brasileira, práticas de construção civil sustentáveis. Aqui teremos a oportunidade de conhecer e difundir novos modelos de sucesso que já estão sendo adotados em outras partes do mundo e também no Brasil”, destacou.
Projetos – O Gerente-Executivo da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil, Maurício Kumer, disse que os critérios de sustentabilidade ambiental devem ser observados na primeira etapa de uma obra. “Depois que uma obra é entregue, restam poucas possibilidades para que o seu administrador introduza mecanismos sustentáveis. Todas essas questões precisam ser observadas na sua origem, que consiste na elaboração do projeto. Este deve ser o foco de todas as iniciativas que visam aprimorar a construção civil brasileira”, afirmou.
Edmilson Freitas
