O deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que os inconformados com a derrota eleitoral de 2014 atacam a democracia brasileira ao não respeitar a decisão das urnas. “A tese central, que move todas essas ações e que agora chega ao seu ponto culminante, é a tese de derrubar um governo democraticamente eleito e colocar no poder um grupo que não teve votos para chegar ao poder”, afirmou Fontana nesta sexta-feira (15), ao discursar no plenário da Câmara contra a tentativa de golpe orquestrada contra a presidenta Dilma Rousseff.
“Se o Brasil está o caos que vocês dizem, por que é que vocês não ganham eleições? Por que a única forma de chegar ao poder é através de um golpe?”, questionou o deputado, que lembrou que os golpistas perderam todas as disputas presidenciais em que participaram, desde 2002.
“Em 2002, Serra tentou ser presidente e perdeu; em 2006, Alckmin tentou ser presidente e perdeu; em 2010, de novo, Serra tentou ser presidente e perdeu; em 2014, Aécio, representando os golpistas de hoje, tentou ser presidente e perdeu”, enumerou Fontana.
Conforme relatou o vice-líder do PT, o golpe perpetrado pela oposição nasce de forma imoral. “É um golpe que nasce com a assinatura de um dos políticos mais corruptos que o Brasil já conheceu”, disse Fontana, se referindo ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, recebimento de propina, entre outros crimes.
Ele lembrou que os paladinos no combate à corrupção, PSDB, PPS, Democratas – mancomunados com o presidente da Câmara, “silenciam e batem palmas para Eduardo Cunha. É o jogo do vale-tudo pelo poder”.
Fontana disse ainda que o que está em jogo não é uma questão partidária, mas de dignidade e respeito ao voto do povo brasileiro. “Eduardo Cunha e Temer, os dois capitães do golpe, querem acabar com as eleições diretas”, alertou Fontana.
“Esta é a questão central: não têm votos para ganhar a eleição e querem chegar, através de eleição indireta, de forma indigna, ao poder, que só pode ser delegado pelo voto do cidadão brasileiro. Esse é o artigo central da Constituição”, salientou.
Benildes Rodrigues
Foto: Luiz Macedo/CD