O deputado Padre João (PT-MG) – que de maneira recorrente subiu à tribuna da Câmara nos últimos anos para protestar contra a impunidade que sempre beneficiou tucanos e mais especificamente o senador Aécio Neves (PSDB-MG) – discursou no plenário nesta quarta-feira (27) para saudar a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ontem (26), por 5 votos a 0, os ministros da turma negaram o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para prender Aécio, mas, por 3 votos a 2, determinaram o afastamento dele do seu mandato e seu recolhimento noturno em casa. “Até que enfim”, afirmou Padre João. “Não se trata de algo que eu tenha contra o Aécio, mas é o Aécio que está em conflito com a lei, e não é de hoje”, reforçou. Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Por ocasião da delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, Aécio apareceu em gravações pedindo R$ 2 milhões, sob a justificativa de que precisava pagar um advogado para defendê-lo na Lava Jato. Em 18 de maio, o senador foi afastado do mandato. Em seguida, o inquérito foi fatiado e, por sorteio, a parte relativa ao tucano caiu com Marco Aurélio. Em 30 de junho, o ministro devolveu o mandato de Aécio. A PGR recorreu.
Padre João disse que, diante das evidências contra o senador, a decisão do STF já poderia ter ocorrido há mais tempo. “Olha que essa denúncia ainda não é nada diante do que ocorreu na Cidade Administrativa e na lista de Furnas. Se ele não fosse do PSDB, já estaria preso há muito tempo, há muito tempo. Ele espertamente é do PSDB, mantém-se no PSDB com suas relações com o setor da Polícia Federal, com o setor do Ministério Público, com o setor do próprio Judiciário, onde ele encontra proteção”, lamentou.
PT na Câmara