Se a pandemia tivesse sido bem conduzida no Brasil, poderiam ter sido evitadas mais de 200 mil mortes, afirma Chinaglia

Deputado Arlindo Chinaglia. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), usou a tribuna da Câmara nesta quinta-feira (7) – momento em que o Brasil estava preste a atingir a triste marca de 600 mil vidas perdidas para a Covid-19 -, para lembrar que as mortes poderiam ter sido evitadas, caso o governo Bolsonaro tivesse adotado as medidas necessárias de combate à pandemia do novo coronavírus.

“Essas mortes parcialmente poderiam ter sido evitadas. Há estudos que demonstram que, se a pandemia tivesse sido bem conduzida no Brasil, poderiam ter sido evitadas mais de 200 mil mortes. Foi uma sequência de erros e de atitudes propositais”, criticou Chinaglia.

Segundo o parlamentar, que também é médico, no momento de sua fala, o Brasil registrou “a pavorosa cifra de 599 mil e 414 mortos em decorrência da Covid-19”. “A nossa homenagem às vítimas, o nosso lamento e, ao mesmo tempo, a nossa solidariedade a todos aqueles que perderam entes queridos e amigos”, solidarizou-se o líder da Minoria.

O discurso negacionista do presidente da República, em não reconhecer a gravidade da doença, falta de vacina, de insumos, de oxigênio, e sem leitos de UTI em várias regiões do País, ampliou e agravou o quadro de infecção e mortes.

“No início, alguém poderia até se enganar da importância do uso de máscara, por exemplo. Alguém poderia não conhecer a importância de se fazer isolamento social. Entretanto, em pouquíssimo tempo, o mundo nos ensinava que máscara era importante, que rastreamento de contatos era importante e que a vacina seria uma das alternativas que se deveria buscar”, observou Chinaglia.

Vacinas

Em relação às vacinas, Arlindo Chinaglia afirmou que o governo agiu de maneira a ignorar a sua importância. “Não por acaso, o Brasil poderia ter comprado o correspondente em vacinas à metade da população brasileira, duas doses — para facilitar a conta, 200 milhões”, apontou.

“Nós poderíamos ter comprado o correspondente em vacinas para vacinar 100 milhões de brasileiros, entretanto, nós compramos apenas o correspondente a 10%. Perdemos aí 160 milhões de vacinas por decisão do governo, que não quis comprá-las”, criticou.

Alerta de Nicolelis

Em abril, momento de alta contaminação e mortes pelo coronavírus, o médico neurocientista Miguel Nicolelis alertou para o risco de o Brasil atingir a triste marca dos 500 mil mortos em decorrência da Covid-19. “A pandemia está assolando o Brasil e, por todas as previsões, nós podemos chegar a mais de 500 mil mortos em 40 dias”, previu à época, Nicolelis. A previsão do neurocientista foi ultrapassada: 600 mil mortes pela Covid-19 foram registradas nesta sexta-feira.

“Hoje nós somos o segundo país em número de mortes. Proporcionalmente, na América Latina, só estamos à frente do Peru. Lamentamos dizer isso, mas nós fomos muito mal no combate à pandemia”, constatou o deputado.

Para Chinaglia, é necessário homenagear de forma permanente, “ainda que seja irrecuperável a dor das pessoas, de quem ficou, mas é nosso dever registrar para a história aquilo que não pode se repetir”.

“Registro mais uma vez o que é o mais importante: que isso não se repita e o nosso lamento se traduza em ações de saúde pública, em solidariedade às famílias e também em homenagem às vítimas”, reiterou.

 

Benildes Rodrigues

 

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