São Paulo: PT repudia violência policial na Cracolândia e cobra explicações de Alckmin

cracolandia

A Bancada dos deputados estaduais do PT em São Paulo repudiou a operação surpresa do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil, contra dependentes químicos na Cracolândia, no centro de São Paulo. Durante a operação, realizada na tarde de quinta-feira (23), policiais agrediram com balas de borracha e bombas de efeito moral uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química.

O líder da Bancada, deputado Luiz Claudio Marcolino, destacou que as medidas de repressão aos dependentes químicos adotadas anteriormente pelo governo do Estado agravaram o problema, espalhando-o para outras regiões da cidade, sem resolver a questão do tráfico de drogas e a reinserção dos usuários.

“O papel do Denarc é fazer investigações sobre a produção, distribuição do crack naquela região e no Estado de São Paulo, não protagonizar as cenas lamentáveis de truculência como as ocorridas na tarde de quinta- feira”, criticou o líder petista.

A prefeitura de São Paulo também repudiou a conduta do Denarc. A repressão, sem nenhum aviso ao prefeito Fernando Haddad (PT), coincidiu com a “Operação de Braços Abertos”, da prefeitura de São Paulo, uma política pública municipal pactuada com o governo estadual, que preconiza a não-violência e na qual a prisão de traficantes deve ser feita sem uso desproporcional de força.

Agentes da Prefeitura trabalham há seis meses para conquistar a confiança e obter a colaboração das pessoas atendidas. Em nota, a prefeitura reafirmou seu empenho na “solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa”. Essa posição foi expressada diretamente ao Governo do Estado.

O líder do PT na Alesp informou que questionará o governador Geraldo Alckmin sobre a ação surpresa e violenta deflagrada contra os dependentes químicos. Marcolino ressaltou que ,no caminho inverso da repressão e violência, o prefeito Fernando Haddad tem se esforçado para traçar ações e políticas públicas de inclusão social dos dependentes pessoas químicos ao oferecer a elas oportunidade trabalho e resgate da cidadania.

Para o deputado, a repressão dos policiais do Denarc pode prejudicar a Operação Braços Abertos, que é sustentada na relação de confiança entre os dependentes e os agentes públicos. Muitas vezes as pessoas não sabem distinguir os agentes e as esferas públicas estaduais e municipais e isso pode afugentar aqueles que precisam de apoio para sair das drogas.

Leia mais:

Nota sobre operação na Cracolândia

Equipe PT na Câmara, com agências

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