Desmentindo analistas que falam em “continuidade” dos governos petistas em relação à era FHC na presidência, o deputado Claudio Puty (PT-PA), em discurso na Câmara, mostrou que o grande salto qualitativo nos Indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios brasileiros ocorreu durante o governo Lula.
O parlamentar paraense fez uma análise fina dos dados do Atlas do Desenvolvimento Humano 2013 e destaca que 70% dos municípios possuíam “muito baixo desenvolvimento humano” em 2000, enquanto em 2010 apenas 0,05% das cidades brasileiras permanecia nesse patamar.
“É muito comum nós ouvirmos, em uma suposta imprensa especializada, de comentaristas da TV, de comentaristas partidários aqui neste Plenário, falarem de uma continuidade de projetos entre a suposta estabilidade criada no governo Fernando Henrique e o trabalho continuado, entre aspas, pelo governo Lula. Eu venho aqui discordar dessa posição”, disse Puty.
As diferenças fundamentais entre o projeto neoliberal tucano e as diretrizes do governo petista foram acentuadas por Puty. “Em primeiro lugar, uma macroeconomia voltada à geração de empregos. Nós nunca tivemos uma taxa de desemprego tão baixa na história do País. Em segundo lugar, políticas de caráter nacional com foco específico, como é o caso do Bolsa Família, que teve um impacto fundamental em explicar a diminuição da pobreza no País, inclusive dos municípios mais pobres, que dependem dessas transferências, tanto previdenciárias quanto transferências associadas ao Bolsa Família. E finalmente as políticas públicas de caráter universal. E aí eu gostaria de ressaltar o aumento na expectativa de vida da população, que se deve às melhorias de condições de saneamento das nossas cidades, às melhorias das condições do atendimento à saúde”, argumentou o parlamentar.
Um foco maior na diminuição das desigualdades mesorregionais, de áreas que são “bolsões de pobreza” que englobam municípios de mais de um estado, é o que defende Puty para avanços ainda maiores no desenvolvimento socioeconômico e humano. “Nós temos a concentração de pobreza, de baixa receita per capita, de vulnerabilidade social em mesorregiões. Precisamos retomar as mesorregiões e microrregiões como unidades de planejamento, inclusive pensando consórcios, a criação de unidades orçamentárias, talvez sob a coordenação dos governos estaduais, para que possamos atacar os problemas específicos daquela região, planos de desenvolvimento regional do semiárido, do Marajó, do norte de Minas, do leste do Maranhão”, explicou.
Leia mais:
Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil cresce 47,5% em 20 anos, aponta Pnud
http://www.ptnacamara.org.br/index.php/noticias/item/14545
Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2013
http://www.atlasbrasil.org.br/2013/
Rogério Tomaz Jr.