A deputada Maria do Rosário (PT-RS) se reuniu no fim da tarde desta terça-feira (27) com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para cobrar proteção para a Caravana Lula pelo Brasil, que encerra a jornada de dez dias pelos estados da Região Sul nesta quarta-feira (28), em Curitiba. “Fomos cobrar também o fato de os governos estaduais e federal não terem atendido as solicitações que fizemos para garantir a segurança da calar. A falta de prevenção resultou no atentado a ônibus da comitiva. Foi um atentado político”, afirmou.
Maria do Rosário disse que a violência de grupos minoritários, mas fortemente armados, já tinha sido registrada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e que a caravana seguiu normalmente, apesar disso. “Desde o início, nós vimos que eles carregavam armas de fogo, mas hoje foram deferidos tiros contra os veículos da caravana. Isso não tem outro nome. É atentado. Atiraram, usaram armas de fogo contra lideranças políticas. É um atentado político o que tivemos no Paraná”, reforçou.
Investigação – A deputada disse que pediu ação imediata do ministro Jungmann para garantir a segurança da caravana, mas já adiantou que é preciso federalizar as investigações sobre o atentado. “Não confio no governador do Paraná, Beto Richa, (PSDB) nesse momento. Eu observo que ele tinha todas as razões para ter se adiantado e tomado as ações preventivas e não o fez por ter uma posição política diferente da nossa. Ele sabia dos riscos de vida do Lula, dos parlamentares, dos jornalistas, dos militantes e dos convidados que acompanham a caravana e não tomou atitude. Então, o governo federal não venha dizer que não vai federalizar as investigações”, enfatizou.
Maria do Rosário informou que a Bancada certamente vai representar junto ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal, porque é assim que começam os atentados políticos. “Quando as autoridades não tomam o seu papel, independentemente de quem e de qual pensamento político está sofrendo a violência, começam os atentados, as guerras”. Acrescentou ainda que o ideal é que as investigações sejam executadas por profissionais independentes e não por promotores e agentes policiais que “usam redes sociais para atacar, facilitando para golpistas”. “Vamos tratar isso com a gravidade que merece”, reforçou.
Documento – A deputada Maria do Rosário também entregou, na noite desta terça-feira, um documento ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), solicitando providência contra a recente violência política. No documento assinado por ela e também pelo líder em exercício da Bancada do PT, deputado Wadih Damous (RJ), cita o caso Mariella, vereadora e defensora dos direitos humano assassinada recentemente no Rio de Janeiro. “A violência abominável contra a Marielle tem contornos políticos, ela acompanhava a intervenção militar no Rio. Esse contexto político de ódio do País, em que os fascistas estão ocupando espaço é o mesmo. O ódio está substituindo o debate político”, lamentou.
O documento, explicou Maria do Rosário, é para que a Câmara dos Deputados cumpra o seu papel institucional, assegure o direito de exercício dos mandatos, que, segundo a deputada, está em risco também. Hoje lá no Paraná, além de Lula estavam os deputados do Zeca Dirceu (PT-PR) e Enio Verri (PT-PR), além do líder da Bancada, deputado Paulo Pimenta (RS). “Eles estão sendo feridos no exercício das suas atribuições políticas como parlamentares e autoridades federais”, denunciou.
No documento Rosário e Damous solicita ainda que a Câmara combata o ódio contra a vida política do País. “Pedi que o presidente Rodrigo Maia exija de todos os poderes da República, em todas as esferas da Federação, ações que sejam praticadas para a garantia da pluralidade política no Brasil, com a punição e responsabilização de todos os que agridem qualquer um por motivos políticos. Porque é isso que está em curso no Brasil atual”, concluiu.
Vânia Rodrigues
Foto-Gustavo Bezerra/PTnaCâmara