A deputada Maria do Rosário (PT-RS) ocupou a Tribuna nesta quarta-feira (2) para solicitar ao governo brasileiro “atenção total” para o caso da brasileira Roberta Nunes Santalucia, presa na Suécia e mãe do garoto Lucas Lindemann Aagesen, de 10 anos. “Queremos fazer um apelo aos governos brasileiro e da Suécia e este pronunciamento tem um caráter humanitário. Este é o caso de mais uma mãe brasileira que foi detida em solo estrangeiro após disputa pela guarda do filho, nascido e que residia no Brasil até decisão judicial ser proferida em favor do seu pai biológico”, explicou a petista.
Maria do Rosário lembrou o compromisso de amizade e respeito entre os dois países e afirmou que o principal é preservar os interesses da criança. “É em nome dos direitos humanos e da supremacia dos interesses da criança previstos na Convenção de Haia que fazemos um apelo para que a Suécia dê a devida atenção ao caso. Pois é direito de Roberta Nunes Santalucia estar em liberdade. É seu direito estar com seu filho. É direito do Lucas Lindemann Aagasen conviver com sua mãe. É direito do Lucas que sua mãe esteja em liberdade. É direito da humanidade que uma mãe não seja separada de seu filho”, destacou a deputada do PT.
Entenda o caso – A brasileira Roberta Nunes Santalucia está detida em Malmö (Suécia) há aproximadamente quatro meses. Roberta é mãe de Lucas Lindemann Aagesen, portador da síndrome de Asperger, uma modalidade de autismo, fruto de um relacionamento com o sueco Soren Lindemann Aagasen.
Lucas tem 10 anos e sempre viveu no Brasil. Ele só se comunica em português. Lucas e sua mãe Roberta foram para a Suécia em maio de 2015, por conta de ordem judicial determinada no acórdão produzido pelo Tribunal Regional da Terceira Região, em São Paulo.
A decisão do envio da criança para a Suécia foi possível graças à garantia expressa do governo sueco, juntada nos autos antes do julgamento, prometendo ao governo brasileiro que, caso nosso judiciário decidisse pelo envio de Lucas para a Suécia, sua mãe poderia acompanha-lo, garantindo, ainda, que Roberta não seria presa e poderia permanecer junto ao seu filho, dando o necessário suporte à sua condição especial e livre para lutar pela guarda de seu filho naquele país.
Ocorre que, ao desembarcarem na Suécia, mãe e filho foram separados, sendo que Roberta encontra-se presa, sob a grave acusação de ter cometido o sequestro do próprio filho, há oito anos.
Gizele Benitz
Foto: Luiz Macedo