Ricardo Salles fugiu de audiência pública para escapar de questionamentos sobre crimes ambientais, acusam petistas

Deputados da Bancada do PT criticaram o ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, que nesta segunda-feira (3) se ausentou repentinamente de uma audiência pública na Câmara sem ouvir os questionamentos da maioria dos parlamentares inscritos para inquiri-lo. Segundo os parlamentares petistas, enquanto esteve presente à reunião – convocada pelas Comissões de Meio Ambiente e de Viação e Transporte da Câmara – Salles apenas mentiu, distorceu dados e desrespeitou parlamentares da Oposição, com o objetivo de esconder os crimes e os fracassos cometidos por ele e o governo Bolsonaro na área ambiental do País.

Segundo o deputado Nilto Tatto (PT-SP), que é Secretário Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do PT, Ricardo Salles não esclareceu os questionamentos sobre o aumento exponencial de queimadas pelo País, especialmente na Amazônia, a redução do orçamento da área ambiental e muito menos o envolvimento dele com uma organização criminosa que extraiu madeira ilegalmente na região, denunciada pela própria Polícia Federal.

“O ministro fugiu da reunião, essa é a verdade. No entanto, enquanto esteve presente apenas mentiu, fez discurso ideológico, se esquivou dos questionamentos sobre os crimes e irresponsabilidades do governo Bolsonaro na área ambiental, principalmente o aumento no desmatamento e a drástica redução do orçamento para a área ambiental”, observou Tatto.

Deputado Nilto Tatto – Foto: Agência Câmara

O petista afirmou que vai apresentar um requerimento na Comissão do Meio Ambiente, com deputados do PT e da Oposição, para convocar o ministro para depor no colegiado. “Agora queremos que ele venha não com convidado, mas como convocado. O ministro Ricardo Salles precisa ouvir os questionamentos da maioria dos parlamentares que hoje não puderam inquiri-lo”, informou.

Nilto Tatto disse que a presidenta da Comissão do Meio Ambiente, deputada Carla Zambelli (PSL-SP), ajudou a armar a fuga de Ricardo Salles, porque não avisou no início da reunião – às 13h10 – o suposto compromisso do ministro agendado para as 16 h, alegação feita por ele para se ausentar da reunião.

Zambelli tenta censurar Oposição

A presidenta da Comissão também foi criticada por deputados do PT e da Oposição por tentar impedir que parlamentares questionasse Ricardo Salles sobre o envolvimento dele com uma organização criminosa que extraia madeira ilegalmente na Amazônia. A denúncia foi feita pelo então Superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, que inclusive enviou notícia crime contra o ministro para o STF. O superintendente foi exonerado do cargo no dia seguinte a denúncia.

Os deputados Leonardo Monteiro (PT-MG) e Airton Faleiro (PT-PA) também criticaram a súbita fuga do ministro da reunião. Segundo Monteiro, a atitude de Ricardo Salles comprova a culpa dele no desastre ambiental experimentado pelo País. Ele criticou ainda a “condução autoritária” da reunião pela deputada Carla Zambelli.

“Em uma condução autoritária, a deputada Carla Zambelli faz um jogo absurdo nesse grande conluio para devastar o meio ambiente e fortalecer milícias ambientais. A Oposição foi impedida de exercer sua livre atuação e questionar Salles sobre sua relação com madeireiros e o uso das forças do Estado contra a proteção ambiental”, acusou Leonardo Monteiro.

Deputado Leonardo Monteiro

Ao também criticar a fuga de Salles e o autoritarismo da presidente da Comissão, o deputado Airton Faleiro – coordenador do Fórum da Amazônia – criticou alguns argumentos utilizados por Ricardo Salles para se defender. Sobre a tentativa do ministro em colocar a culpa da redução do orçamento da pasta do Meio Ambiente no Parlamento, Faleiro destacou que é o próprio Executivo quem formula a proposta enviada ao Congresso.

“É bom esclarecer que o problema na peça orçamentária começa na origem. Quem manda os valores é o governo, e se ainda assim a culpa fosse do Parlamento, seria culpa da maioria dos deputados que aprovaram o orçamento, e que são da base do governo”, observou. Faleiro criticou ainda a estratégia usada por Ricardo Salles para tentar desqualificar os parlamentares que o criticavam, ao revelar valores de emendas destinadas por eles ao Ministério do Meio Ambiente.

Deputado Airton Faleiro. Foto Lula Marques

Salles culpa os mais pobres pelas queimadas

Ao tentar justificar o aumento exponencial das queimadas pelo País, Ricardo Salles esqueceu o desmonte dos órgãos de fiscalização e preferiu colocar a culpar na população mais pobre do País. Segundo ele, a não permissão da exploração agropecuária e da mineração em áreas atualmente protegidas, faz com que os mais pobres precisem queimar a floresta para sobreviver.

Único deputado do PT a conseguir interpelar o ministro antes da fuga repentina, o deputado Paulo Guedes (PT-MG), rebateu a declaração de Ricardo Salles. “Não são os pobres que destroem o meio ambiente. Temos um exemplo disso em Minas Gerais, na região Norte do estado, que é a mais pobre, e onde existe a área mais preservada. O que destrói o meio ambiente é a ganância da mineração desenfreada e da grilagem, principalmente na Amazônia”, apontou Guedes.

Deputado Paulo Guedes. Foto: Agência Câmara

Políticas ambientais do PT foram exemplo no Brasil e no mundo 

O deputado Paulo Guedes também rebateu mentiras ditas pelo ministro Salles sobre a política ambiental praticada durante os governos petistas. O titular do Meio Ambiente tentou atribuir aos governos do PT o início da queda do orçamento do Meio Ambiente e um suposto crescimento recorde de queimadas.

Em resposta, Paulo Guedes lembrou o quanto o Brasil era respeitado no mundo pelos avanços ambientais. “Os governos Lula e Dilma provaram que é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. Foi durante os governos petistas que aumentou em 50% o número de unidades de conservação ambiental, e que o Brasil foi reconhecido como exemplo pela ONU na redução de emissão de gases de efeito estufa”, apontou.

O parlamentar ressaltou ainda que, ao contrário do governo Bolsonaro, que reduziu o orçamento ao menor nível da história, com previsão de gastos de apenas R$ 437 milhões neste ano, nos governos do PT esses gastos chegaram a R$ 12 bilhões. “Desse jeito ministro (com os cortes de gastos), a boiada vai passar”, disse o petista Paulo Guedes lembrando a famosa frase dita por Salles, em uma reunião ministerial, sobre ações de desmonte da fiscalização ambiental.

O deputado Airton Faleiro ressaltou também que, no jogo da comparação entre os feitos dos governos Lula e Dilma na área ambiental, contra os do governo Bolsonaro, o PT ganha de goleada. “Eu considero que, inclusive, devemos topar esse desafio. Se ele tentar comparar o que nós fizemos e o que eles fazem, nos damos de 10 x 0 neles”, afirmou.

 

Héber Carvalho

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100