O estudo “Perspectivas sociais e do emprego no mundo – Tendências de 2017”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta que de cada três novos desempregados no mundo neste ano, um será brasileiro. A previsão é de aumento da taxa de desemprego no Brasil para 12,4%, quase 1 ponto percentual maior do que em 2016. Isso representará um total a mais de desempregados no Brasil em torno de 1 milhão e 200 mil. Os números são um feito e tanto para quem planejou, apoiou e colocou em prática um golpe para retirar do poder uma presidenta legitimamente eleita sob o argumento de que a economia precisava melhorar.
Mais indigno ainda é tentar colocar a responsabilidade por esses números na conta da presidenta Dilma Rousseff. Basta lembrar que quando ela encerrou o seu primeiro mandato, em 2014, o Brasil exibia os seus mais baixos índices de desemprego de toda a série histórica medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de desemprego em novembro de 2014 era de 4,8% e atingiu um patamar ainda menor em dezembro, de 4,3%. Resultado: o Brasil fechou aquele ano em situação de pleno emprego (Assista à matéria do “Jornal da Globo”). De lá pra cá, o desemprego só cresceu.
Todos esses números são responsabilidade dos golpistas, porque foram eles que, aliados a Eduardo Cunha, alçado à Presidência da Câmara no início do ano de 2015, promoveram um verdadeiro boicote à presidenta Dilma. Não apenas pela instabilidade política criada a partir do avanço, a época, de um impeachment sem crime de responsabilidade, mas sobretudo por incentivarem a aprovação no Congresso de uma “pauta-bomba” com medidas para prejudicar o País e, ao mesmo tempo, impedir a aprovação daquelas propostas que eram necessárias para fazer avançar a economia. Um verdadeiro boicote ao Brasil e à democracia.
Hoje, os números apontam a cicatriz do golpe. Para os que sempre duvidaram de que não se tratava de uma ruptura democrática, a realidade deixa evidente que a intenção não era combater a corrupção, não era melhorar a saúde ou a educação, não era retomar o crescimento econômico ou fazer o número de empregos aumentar. A intenção era chegar à Presidência mesmo sem voto e impedir que um projeto respaldado pelas urnas tivesse continuidade. Ainda que sem o aval do eleitor, era preciso tomar o poder de volta, com o apoio da grande mídia, de parte de uma população insuflada pelo ódio político e de parte de um Judiciário e de um Ministério Público imbuídos do mesmo sentimento.
A consequência disso para 2017 é uma taxa de desemprego que deve chegar a 12,4% da população com idade para trabalhar, com uma possibilidade de fechar o ano com 13,6 milhões de desempregados. Com esses números, o Brasil só perderá para a China e para a Índia, países com população cinco vezes maior.
Insatisfação – Outro dado que dimensiona os efeitos nefastos do golpe diz respeito ao otimismo dos brasileiros. O País que já foi destaque lá fora pela esperança que alimenta no futuro passou a ser, sob o comando do golpista Michel Temer, um recordista em degradação social. A informação é também da OIT. O alerta da organização é que o índice de insatisfação social no Brasil é um dos que mais aumentou no ano passado.
Enquanto no mundo essa taxa subiu em média 0,7 pontos, numa escala de zero a 100, no Brasil o salto foi de 5,5. “Trata-se de um dos maiores aumentos do mundo em 2016”, confirma o economista-senior da OIT, Steven Tobin. Segundo ele, uma das formas de medir esse mal-estar social é o número de greves, manifestações de ruas e protestos. Entre 2015 e 2016, o Brasil passou de 25 pontos para 30,5, enquanto a média mundial ficou em 22 pontos.
PT na Câmara com agências