A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje, ao participar da 49ª Cúpula do Mercosul e Estados Associados, que a reorganização no quadro fiscal no Brasil logo trará resultados positivos, juntamente com o fim crise política que tem afetado seu segundo mandato desde o inicio. O encontro está sendo realizado em Assunção, no Paraguai.
“Estamos determinados a reduzir a inflação, consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentar a confiança na economia e garantir a retomada sólida e duradoura do crescimento com distribuição de renda. Para isso, juntamente com uma política fiscal de consolidação, estamos desenvolvendo também um novo ciclo que será marcado por maior estímulo às exportações, ao forte investimento à infraestrutura e energia”, enumerou Dilma.
O aumento da produtividade favorecerá os investimentos e ajudará na maior geração de empregos, acrescentou.
Políticas sociais – Dilma destacou que o Brasil está consciente de que terá de conviver, por um período ainda bastante significativo, com o fim do superciclo das commodities. Mas enfatizou que o governo não recuará em suas políticas sociais.
“Não voltaremos atrás em todos os avanços que obtivemos, mantemos todos os nossos programas sociais, do Bolsa Família, passando pelo grande programa de habitação ‘Minha Casa, Minha Vida” e, também, por uma política de incentivo ao desenvolvimento”.
Isso porque, segundo a presidenta, não é possível haver desenvolvimento sustentável, sem trabalho decente, garantia de oportunidade e acesso à moradia e ao serviço de educação e saúde.
Exportações – Ao lado dessas medidas, o Brasil também quer ampliar suas relações com os mercados internacionais e suas exportações. “Sabemos que o setor externo é fundamental para nossa recuperação. Temos de continuar abrindo novos mercados e traçando o caminho para que possamos obter sucesso nas negociações de acordos comerciais com outros países e outras regiões”.
Nesse sentido, lembrou que o Mercosul quer concluir um acordo ambicioso, abrangente e equilibrado com a União Europeia. Dilma felicitou a presidência temporária do paraguaio Horácio Cartes, que chega ao fim nesta reunião em Assunção, pelas suas gestões junto aos europeus em prol da troca de oferta entre os dois blocos. Cartes será substituído pelo atual presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
“Os esforços do presidente Cartes mostram, inquestionavelmente, que hoje a decisão está do outro lado do Atlântico, porque deixamos sistematicamente claro que estávamos prontos para fazer as nossas ofertas”.
Dilma citou também como muito positiva a contínua aproximação do Mercosul com a Aliança do Pacifico, “com a qual temos muitas complementariedades, e com a qual devíamos estabelecer relações cada vez mais próximas e sólidas”.
Disse ainda que o bloco continuará trabalhando pelo estabelecimento de uma área de livre comércio em toda a América Latina. E que, para isso, é essencial ampliar e aprofundar acordos com os parceiros andinos, como o acordo de serviços Mercosul-Colômbia, negociado nesse semestre.
“Além disso, Mercosul e Cuba concordaram em ampliar seu acordo, o que vai permitir ao Mercosul estar bem posicionado para aproveitar a evolução da economia cubana com a abertura das relações comerciais entre EUA e Cuba”.
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FOTO: Roberto Stuckert Filho/PR