O deputado Wadih Damous (PT-RJ) criticou duramente a antecipação da apresentação do relatório da Reforma Trabalhista (PL 6787/16), previsto para esta quarta-feira (12). Para ele, o relator da matéria, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), ao antecipar seu parecer, descumpre os prazos estabelecidos no plano de trabalho da comissão para cumprir script pré-determinado pelo governo ilegítimo de Michel Temer. A leitura do relatório está prevista para 10h, no plenário 2.
“Esse projeto é um projeto de encomenda. O Palácio do Planalto fez uma encomenda à Câmara dos Deputados: Aprove o projeto”, denunciou Damous. Observou o parlamentar que o relator tucano está antecipando a entrega do texto para tentar impedir a mobilização contra a aprovação do PL.
“Seguindo as ordens do Palácio do Planalto o relator vai, de forma açodada, descumprindo aquilo que havia sido acordado anteriormente num Plano de Trabalho apresentado por ele próprio, no início dos debates da comissão. Ele está desrespeitando o cronograma por ele mesmo estabelecido”, enfatizou Wadih Damous.
O deputado demonstrou receio com o conteúdo do substitutivo do relator tucano. “Eu tenho temor. Algo me diz que esse relatório vai ser pior que o próprio projeto. O relator está anunciando que vai alterar 100 artigos da CLT”, afirmou Damous, se referindo à notícia que tem circulado anunciando a pretensão do relator.
Além da preocupação com a operação do governo golpista junto à Câmara para atingir em cheio os direitos dos trabalhadores, Wadih Damous também se mostrou preocupado com a postura do presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo ele, Maia já demonstrou, em vários momentos, a aversão que sente pelos trabalhadores e pelas instituições que fazem cumprir a legislação trabalhista como a Justiça do Trabalho, a advocacia trabalhista e o Ministério Público do Trabalho. “Eles querem aprovar isso à toque de caixa”, reiterou.
Por outro lado, Damous confirmou a ofensiva da oposição: “Nós vamos resistir. Queremos que o projeto venha para o plenário para que seja discutido. Isso, eles também não querem. Eles estão querendo dar caráter terminativo à aprovação do relatório. Vamos lutar e resistir até as últimas forças para que essa matéria venha a debate no plenário”, considerou Damous.
Benildes Rodrigues