Relações diplomáticas entre CUBA e EUA apontam cenário favorável ao Brasil, afirmam petistas

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Deputados do PT ocuparam a tribuna da Câmara nesta quinta-feira (18) para destacar a decisão “histórica” tomada pelos Estados Unidos e Cuba, que anunciaram ontem a retomada das relações diplomáticas entre os dois países, interrompidas desde 1962.

O deputado Renato Simões (PT-SP) creditou o avanço nas negociações entre o governo norte-americano e o cubano à mediação do Vaticano, na figura do Papa Francisco. Para o petista, a ação papal foi “determinante” na construção do diálogo, que, segundo ele, culminará com o fim do bloqueio e do isolamento da Ilha de Cuba das relações com as Américas.

“Ontem foi dado o passo inicial para a plena normalização dessas relações. Propugnamos o fim de todas as sanções, de todos os elementos desse absurdo bloqueio, que penaliza a vida da população cubana há tantas décadas, e o reconhecimento da cidadania cubana no contexto da organização dos Estados americanos, para que nós não tenhamos mais essa abjeta discriminação imposta pelo imperialismo”, afirmou Simões.

Para o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), o reatamento das relações entre Estados Unidos e Cuba significa “uma mudança da política internacional de extrema importância”. Segundo ele, a decisão cria um ambiente novo para o Brasil. “É como se virássemos, de fato, a página da Guerra Fria com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, apostando no diálogo”.

Em seu último pronunciamento, o deputado Jorge Bittar (PT-RJ) também tratou do reatamento das relações entre os dois países: “cai por terra, talvez, o último resquício do Macarthismo que marcou a diplomacia mundial durante muitos anos”.

Jorge Bittar fez questão de lembrar o protagonismo brasileiro na reconstrução dessas relações. De acordo com o deputado, foi em virtude dessa atividade precursora que as empresas brasileiras realizaram investimentos importantes em Cuba.

O deputado destacou a construção do porto de Mariel, em Cuba, e acrescentou que, nesse contexto, o Brasil encontra-se extremamente bem posicionado. “Através do porto de Mariel, o País exporta e cria oportunidades para a geração de novos empregos na ilha e grandes oportunidades econômicas para a nossa economia, no relacionamento com o importante mercado americano a partir de Cuba”, frisou.

Nessa mesma linha, o deputado Zé Geraldo (PT-PA) acrescentou que a iniciativa do governo brasileiro apontou a “estratégia” acertada de Dilma Rousseff. “A presidenta marcou golaço ao financiar o Porto de Mariel e outros investimentos em Cuba”, comemorou.

De acordo com Zé Geraldo, o Porto de Mariel, coloca o Brasil na condição de um dos países em melhor posição para se beneficiar com a queda do bloqueio econômico. “As ações do governo da presidenta Dilma sempre foram no sentido de entrar na Ilha de Cuba antes da abertura, para já estar lá quando caísse o embargo, e é exatamente o que acontecerá”.

Em seu discurso, o deputado Sibá Machado (PT-AC) reafirmou as posições de seus pares e também classificou o gesto dos governos dos EUA e de Cuba como passo significativo para uma nova solidariedade entre as nações.

“Fruto ainda dos resquícios da Guerra Fria, nascida no pós-guerra mundial entre Estados Unidos e Rússia, os presidentes norte-americano e cubano vão caminhar fortemente no sentido de encerrar o bloqueio econômico ao Estado cubano”, acredita Sibá.

Ele também elogiou a visão estratégica do governo brasileiro ao investir em Cuba. “O Brasil se adiantou a tudo isso e fez um investimento no Porto de Mariel. Empresas brasileiras, além de fazerem a construção desse porto, estão fazendo agora a recuperação de aeroportos e de toda a indústria sucroalcooleira do Estado cubano”, salientou.

O petista fez questão de frisar que analistas de economia são unânimes em dizer que o Brasil se adiantou aos fatos e que, na avaliação deles, será um dos países mais beneficiados nessa nova rota da economia mundial.

Benildes Rodrigues

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