Reginaldo Lopes: “Fome não é caso de polícia”

Líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (MG) - Foto: Wesley Amaral/Câmara dos Deputados

Um triste retrato da fome que assola o Brasil com o desgoverno Bolsonaro. Na última semana, um garoto de 11 anos, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, ligou para a polícia a fim de pedir comida. Filho de uma mãe solo, com cinco irmãos, Miguel Barros narrou aos PMs que não tinha nada para comer em casa. Depois, a mãe, desempregada, confessou que trata sua família apenas com água e fubá.

Tristes tempos. São 33 milhões de pessoas no Brasil que passam fome atualmente. O equivalente a 15% da população do país, segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan). Essa cifra quase dobrou em relação a 2020. Ou seja, em pouco mais de um ano, 14 milhões de pessoas foram incorporadas a estatísticas sinistras. Em 2020, o número de pessoas que passavam fome era de 19 milhões.

É inconcebível o fato de que, na média nacional, 60% de nosso povo esteja em situação de insegurança alimentar. São mais de 100 milhões de pessoas. Significa dizer que dormem sem saber o que vão comer no dia seguinte.

No Sudeste, justamente a região onde o garoto ligou para a PM a pedir comida, 16% das pessoas estão nessa situação. O quadro dantesco mostra que nas regiões Norte e Nordeste os índices alcançam, respectivamente, 28% e 33% da população. No Centro-Oeste 16% e, no Sul, 12%.

Essa mazela já tinha sido extirpada do Brasil com os governos do PT, entre 2003 até o Golpe de 2016. Com Bolsonaro, o flagelo voltou. A fome tem a ver com o neoliberalismo e o modelo elitista e bárbaro inaugurado em 2016 e aprofundado com a ascensão de Bolsonaro. Foram desmanteladas as políticas públicas do PT de combate à pobreza e à miséria que tiraram o Brasil do Mapa da Fome da ONU.

Hoje, o Brasil produz grãos e carne para exportação, mas seu povo não tem o que comer. A agricultura familiar está jogada ao Deus dará. Nos governos do PT, os recursos para assistência técnica chegaram a atingir R$ 600 milhões por ano.

Agora, não passam de R$ 40 milhões. Os salários a cada dia perdem mais o poder de compra, impactando especialmente as camadas com renda mais baixa. A inflação é uma monstruosidade que aflige a população. Os preços dos alimentos sobem assustadoramente.

O governo Bolsonaro é responsável direto pela carestia dos alimentos e pela onda de fome que assola o Brasil. O cenário assustador só ocorre pela total ausência do Estado no encaminhamento de soluções para a tragédia social que se enfrenta hoje no Brasil. Privilegia-se o capital, com concentração de renda e maximização dos lucros para enriquecer uma minoria, enquanto a imensa maioria de nosso povo enfrenta a miséria e o desalento.

Com o modelo atual, é impossível o Brasil superar a crise. Já provamos que o Brasil tem solução. As diretrizes do futuro governo Lula mostram isso. É preciso retomar o Estado brasileiro para servir ao povo, restabelecendo políticas públicas de combate à fome.

Sem medo de ser feliz e de morar em um país em que todos tenham comida e condições de vida digna. Faltam menos de dois meses para o povo dizer nas urnas não à fome, à pobreza e ao governo neofascista Bolsonaro.

 

Reginaldo Lopes é deputado federal (PT-MG), economista e líder do PT na Câmara dos Deputados.

Artigo publicado originalmente na Revista Focus

 

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