Entre janeiro e junho, 1,420 milhão de veículos (automóveis e comerciais leves) foram vendidos no país. Destes, 191 mil podem ser atribuídos à medida de redução do IPI. Ou seja, 13,4% do que foi vendido são atribuídos à redução do imposto. A conta não inclui a venda de caminhões.
O estudo revelou ainda que a queda nas alíquotas do IPI fez a arrecadação encolher em R$ 1,8 bilhão. No entanto, a mesma decisão, ao elevar a venda de veículos, levou à arrecadação de mais US$ 1,2 bilhão. Portanto, o chamado custo de desoneração da queda do IPI foi de R$ 559 milhões.
Para o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), a queda de arrecadação é apenas temporária e não prejudica as contas do governo. “O IPI que o governo deixou de arrecadar em um primeiro momento será recuperado mais à frente. A pessoa que compra um carro isento de IPI hoje, vai acabar consumindo outros derivados, como combustíveis, e pagando outros impostos. O governo não perde com isso”, afirmou.
Segundo o parlamentar, a redução do imposto foi uma medida duplamente eficiente: aqueceu a economia brasileira durante a crise financeira internacional e evitou a demissão de trabalhadores. “O emprego é sagrado. Se a pessoa está empregada, ela consume. Para haver consumo, alguém tem que produzir. O emprego faz a máquina da economia girar”, afirmou Devanir.
A redução do IPI foi de 100% sobre carros de mil cilindradas e de 50% sobre carros entre mil e duas mil cilindradas. Uma corte semelhante das alíquotas também se aplicou aos veículos do tipo picape. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas internas de automóveis foram fortemente afetadas pela crise econômica, sofrendo redução de quase 49% entre julho e novembro de 2008.
Equipe Informes, com assessoria de imprensa do Ipea