O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), refutou com veemência a postura da oposição conservadora que assumiu de vez a tentativa de emplacar um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Em pronunciamento na tribuna nesta terça-feira (15), Guimarães desmontou qualquer arremedo de legitimidade do golpe que PSDB, DEM, PPS e outros partidos querem aplicar. “Está na hora de o País se levantar contra esses conspiradores que se escondem dentro de subterfúgios jurídicos para querer interditar, golpear a legitimidade de quem foi eleita pelo voto popular no nosso Brasil”, disse o líder.
O parlamentar cearense, em bom linguajar dos nordestinos, garantiu que o PT e outros partidos não vão “arredar o pé” da defesa da democracia e do governo. “Sei do compromisso que muitos dos partidos da base têm conosco na construção da democracia. São pessoas que têm história, são pessoas que têm legado. Não são arroubos de última hora que vão nos amedrontar, porque temos compromisso com a democracia no nosso Brasil”, argumentou Guimarães.
De maneira firme também se pronunciou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), que chamou a atenção para a importância do atual momento políitco. “Estamos hoje provavelmente iniciando uma quadra decisiva da história da democracia do nosso País. O que começa a ser debatido, a partir dessa questão de ordem, formulada pelo líder do DEM, é a democracia que vamos continuar vivenciando, é a democracia em que o voto do cidadão escolhe quem governa o País, quem governa os Estados, quem governa os Municípios. Nós vamos decidir, como querem alguns, e eu tenho muita convicção de que não serão maioria, se o voto de 54 milhões de brasileiros pode ser golpeado numa manobra dita institucional, mas que não para de pé sob a análise de democratas equilibrados”, observou Fontana.
O deputado gaúcho explicitou que posições estarão em disputa a partir de agora, com a deflagração da aventura golpista capitaneada pelo PSDB e pelo DEM. “A escolha será esta: de um lado, estarão os que defendem a democracia. De outro, aqueles que, mesmo diante da derrota eleitoral, são capazes de enveredar pelo caminho da desestabilização, pelo caminho da conflagração de um país, pelo caminho que coloca em crise a própria economia brasileira. O projeto de poder desse grupo golpista é que está sendo debatido com isso que vocês chamam de impeachment, mas, na realidade, é um golpe contra a democracia”, denunciou Fontana.
A onda conservadora que vem propagando ódio e violência nas ruas e nas redes sociais está inserida no contexto dos grupos que pretendem interromper o mandato da presidenta, lembrou Fontana. “A cara desse golpe é a cara da intolerância, é a cara da inconformidade com a opinião do povo brasileiro. Para governar o Brasil é preciso ter o voto da maioria dos brasileiros, e não se reunir na salinha da oposição, com sete ou oito, para conspirar um golpe e tentar trazê-lo para dentro deste plenário”, encerrou Fontana, garantindo que haverá reação “à altura” em todo o País se a oposição tentar levar o golpe adiante.
José Guimarães usou figura semelhante para rechaçar o golpe e defender a democracia. “A democracia para nós não foi construída dentro de gabinete, foi construída nas ruas, por meio das mobilizações sociais. E é dessa forma que nós vamos garantir a legalidade democrática”, garantiu o líder do governo.
Rogério Tomaz Jr.
Foto: Salu Parente/PT na Câmara