Racionamento na Venezuela afeta o Brasil

A Venezuela iniciou nesta quarta-feira um programa de racionamento, no qual o fornecimento de energia será suspenso quatro horas por dia, em locais e dias alternados. O racionamento se deve à forte estiagem no país, bem como a problemas de infraestrutura, e já afeta o Brasil: desde as 14h de segunda-feira o abastecimento de energia em Roraima está sendo complementado pela geração da usina termelétrica de Floresta.

Atualmente, o estado – que não integra o Sistema Interligado Nacional, que abastece quase todas as unidades da federação a partir das hidrelétricas – conta com a eletricidade venezuelana para ter segurança energética.

Os cortes, iniciados no primeiro minuto desta quarta-feira, devem ir até maio, quando inicia o período de chuvas. Segundo o jornal “El Nacional”, além de residências e empresas, serão afetados sinais de trânsito, terminais de passageiros e escolas – às quais se recomendou mudança de horário. Ficam de fora jornais, rádio, televisão, metrô, hospitais, aeroportos e iluminação pública (reduzida à metade).

Membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara, o deputado Fernando Ferro (PT-PE), disse acreditar que a melhor alternativa para o País é integrar Roraima na linha de transmissão Belém – Manaus. “O estado de Roraima tem um acordo de compra de energia elétrica da Venezuela. Com esses problemas, o governo brasileiro deverá estudar uma solução para que o estado seja interligado ao sistema nacional de fornecimento de energia. Penso que a linha de transmissão Belém – Manaus seja a mais adequada para se puxar um ramal para Roraima”, disse.

Déficit elétrico de 12% – Na Grande Caracas, dependendo da zona, haverá cortes de meia-noite às 4h, das 8h ao meio-dia e do meio-dia às 16h. Cada zona será afetada dia sim, dia não. Outras regiões também serão afetadas. Além dos cortes, o governo de Hugo Chávez estabeleceu medidas de economia de energia, como a redução do horário de funcionamento
do comércio e das repartições públicas. O déficit elétrico do país é estimado em 12%, ou 1.669 megawatts (MW).

O “El Nacional” também informou na terça-feira, citando fontes da Eletronorte, que o fornecimento de energia a Roraima foi reduzido em 20%, ou entre 80 e 100MW. Esperava-se um corte de 60MW. As negociações com o governo venezuelano quanto aos desligamentos estão sendo conduzidas pelo Ministério de Minas e Energia e o Itamaraty

O gerente regional da Eletronorte em Roraima, Cláudio Alípio Santos da Silva, informou que foram adicionados ao sistema 16MW. Isso significou ligar uma das três máquinas da térmica, que tem capacidade de 47MW. Ele disse que não haverá impacto na tarifa cobrada em Roraima.

Equipe Informes, com agências

 

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