Em artigo, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), analisa a agenda de retrocessos do governo ilegítimo de Michel Temer. Lembra que, quem salvou Temer da cassação, “optou pela agenda governista, que vive, agora, de desonerações, perdão de dívidas com enormes prejuízos aos cofres públicos e de acelerar a flexibilização das legislações trabalhista, previdenciária e ambiental. Políticas de futuro nada promissor para as próximas gerações. O ano 2018 será decisivo para romper novamente com esse grupo oligárquico e retomar a democracia e soberania do país”, diz o texto. Leia a íntegra:
A manutenção de Temer no poder, desde o golpe e de quando os deputados o salvaram por duas vezes, tem significado não só a instalação de um governo sem legitimidade, mas também um ato a favor da impunidade e da continuidade da corrupção. Além de provocar a destruição das boas políticas públicas ainda existentes.
Esse é um governo que se instalou e tem se portado em regime de servidão perante o mercado. Seu planejamento e ações são feitas baseados na subserviência ao capital estrangeiro, em perdas de patrimônio nacional, no risco da segurança nacional e perda da soberania de uma Nação, ante a entrega de riquezas e abertura indiscriminada de setores estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico do país, agravando o quadro de desigualdade social, e elevando o nível de pobreza da população, voltando para patamares já superados nos governos Lula e Dilma.
A decisão de impedir que denúncias de corrupção não prosperassem atinge diretamente muitas das conquistas realizadas nos últimos anos, como programas, políticas públicas e até direitos já consolidados, como os das relações de trabalho e aposentadoria. Avanços nas áreas da saúde, educação, ciência e tecnologia, infraestrutura e na área social que foram fundamentais no desenvolvimento mais igualitário do país.
Já a política da cartilha de Temer e de sua equipe remete o Brasil ao passado, ao papel secundário de suprir o mercado com produtos primários e como produtor agrícola. Deu as mãos ao atraso, compactuando com ações e medidas que conspiram contra a soberania e o protagonismo externo do país e, vão de encontro aos interesses da economia nacional e do povo brasileiro.
As seguidas altas de combustíveis, gás de cozinha e energia elétrica são exemplos de que os números não estão bem, como é alardeado a todo instante pela grande mídia e pelo ministro da Fazenda. Os juros continuam altos, com corte de menos de 1% no último mês, baixando a Selic em apenas 0,75%.
Os 13 anos dos governos do PT romperam com o subdesenvolvimento e foram em busca de novas relações no plano externo, rompendo com antigas relações internacionais, que não eram interessantes para o Brasil. E promoveu a diversificação de mercados, aprofundamento das relações com os países do Sul; e seguindo uma ordem global multipolar.
Ações alicerçadas na ampliação e o fortalecimento do mercado interno, dando as condições para o desenvolvimento do país.
Após a quebra da democracia, Temer e a base aliada que o sustenta interrompe essa trajetória. O espírito de Nação foi esquecido, com escândalos de esquemas de corrupção, entrega de patrimônio e denúncias de acordos com lobby internacional.
Quem salvou Temer, optou pela agenda governista, que vive, agora, de desonerações, perdão de dívidas com enormes prejuízos aos cofres públicos e de acelerar a flexibilização das legislações trabalhista, previdenciária e ambiental. Políticas de futuro nada promissor para as próximas gerações. O ano 2018 será decisivo para romper novamente com esse grupo oligárquico e retomar a democracia e soberania do país.
*Deputado Federal Zeca Dirceu (PT-PR)