Queda da extrema pobreza no Brasil foi ainda maior do que se supunha, revela Banco Mundial

minha casa alecO número de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema no Brasil caiu 64% entre 2001 e 2013, passando de 13,6% para 4,9% da população, segundo dados divulgados nesta semana pelo Banco Mundial, que adotou uma nova metodologia para realizar o cálculo.

A nova linha de pobreza estabelecida pelo banco é de US$ 1,90 (cerca de R$ 7,32) por dia, contra US$ 1,25 (cerca de R$ 4,81 na cotação atual) por dia na metodologia antiga. Em vez de 59% de redução, o Brasil na verdade diminuiu a extrema pobreza em 64%, que passou de 10,2% da população em 2001 para 4,2% em 2013. Os dados foram divulgados durante reunião do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) em Lima, no Peru, nesta semana.

A linha anterior tinha como base preços de 2005. A atualização preserva o real poder de compra, considerando fatores como inflação, taxa de câmbio e preços de matérias-primas e incorporando dados sobre diferenças no custo de vida nos países.

Segundo o economista Emmanuel Skoufias, especialista do Banco Mundial em América Latina e redução de pobreza, o declínio nos índices de pobreza no Brasil foi mais rápido do que em outros países da região. “Verificamos a mesma tendência na maioria dos países da América Latina, de queda na pobreza com a nova linha. Em muitos países, a uma velocidade maior do que a verificada com a linha anterior”, disse Skoufias à BBC Brasil.

“Mas de maneira geral o Brasil é um dos países mais bem-sucedidos na redução da pobreza nos últimos 15 anos”, complementa. “Apesar de todos os países latino-americanos terem se beneficiado do boom das commodities nos anos 2000, no Brasil o declínio da taxa de pobreza foi mais rápido do que no resto da região”, explica Skoufias.

Para o deputado Pedro Uczai (PT-SC), o resultado atesta mais uma vez a eficácia das políticas públicas dos governos Lula e Dilma, bem como confirma o compromisso petista com a construção de um Brasil justo e igualitário. “A política exercida com seriedade pode ser uma das melhores formas de equilibrar as desigualdades sociais históricas do nosso país. Aprendi muito cedo com o nosso líder espiritual Dom José Gomes [ex-bispo de Chapecó] que só tem sentido estar na política se fizermos a opção pelos mais pobres, por aqueles que mais precisam. Essa inversão de prioridades é uma marca dos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, colocando o Estado como um garantidor do direito a dignidade das pessoas. A redução de 64% da pobreza extrema do país nos últimos 12 anos mostra a força o compromisso do projeto petistas com aqueles que sempre estiveram às margens da sociedade de consumo”, argumenta Uczai.

Na opinião do deputado Afonso Florence (PT-BA), os números do Banco Mundial ratificam o êxito dos governos petistas e isso é algo “insuportável” para a oposição conservadora no País. “Constatamos agora que a redução das desigualdades foi ainda mais acelerada do que se pensava. E é por isso que o PSDB e o DEM querem derrubar o governo da presidenta Dilma. Eles não aceitam que nós tenhamos, pela quarta vez consecutiva, um governo comprometido com a melhoria da qualidade de vida do nosso povo e não com o rentismo e a banca financeira. Eles querem derrubar Dilma pelos seus acertos e não pelos supostos erros, sobre os quais sequer conseguem provas e precisam aparelhar o órgão auxiliar do Congresso Nacional para fazer a disputa política. Vamos trabalhar para melhorar a vida do nosso povo e não vai ter golpe!”, ressaltou Florence.

Emmanuel Skoufias atribui o sucesso do Brasil a programas como o Bolsa Família e o Brasil sem Miséria, que considera “muitos eficazes para evitar que pessoas caiam na pobreza e para ajudá-las a sair da pobreza”. Para o economista, as redes de proteção em vigor no país deverão evitar que muitas pessoas voltem para uma situação de pobreza.

Redução global – O Banco Mundial projeta que o número global de pessoas em situação de pobreza extrema vai cair de 902 milhões (ou 12,8% da população global) em 2012 para 702 milhões (9,6%) até o fim deste ano. Será a primeira vez que menos de 10% da população mundial vive em situação de pobreza extrema. Em 1990, a pobreza extrema atingia 37,1% da população global. Na América Latina, o número de pessoas nessa situação vai cair de 37,1 milhões (6,2% da população da região) em 2012 para 29,7 milhões (5,6%) até o fim deste ano. Segundo o Banco Mundial, a África Subsaariana terá queda de 42,6% para 35,2% no período, mas ainda assim vai concentrar metade de todas as pessoas do mundo em situação de extrema pobreza.

PT na Câmara com BBC Brasil

 

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