Fracassaram todas as tentativas de setores conservadores e ultrarreacionários da sociedade brasileira que, junto com parte da mídia, atuaram contra e, depois, decretaram o fim do Partido dos Trabalhadores. As práticas recorrentes desses setores, capitaneada pelo ex-senador do DEM, Jorge Bornhausen, que anunciou na tribuna do Senado, o fim “dessa raça”, não logrou sucesso. Além das recentes pesquisas que revelam que o PT possui lugar cativo no coração de mais de 22 milhões de brasileiros, internamente o PT movimenta, com muita vibração, em mais de 3 mil municípios, o Processo de Eleição Direta (PED), com participação de cerca de 60 mil filiados e que terá início neste final de semana nos estados e municípios.
“O PT tem laços tão profundos com a sociedade brasileira que ninguém, nem os regimes de exceção, conseguiu acabar com nossa estrutura. Nada vai acabar com o Partido dos Trabalhadores”, sentenciou o líder da Oposição na Câmara e vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputado José Guimarães (PT-CE), ao analisar este momento ímpar na vida do maior partido político da América Latina.
“O PED é o espelho do que nós somos. O PED hoje está sendo visto como algo mobilizador e de reencantamento da nossa militância espalhada por esse país afora. Vamos disputar os PEDs em 3.500 municípios. Qual é o partido que consegue estruturar um processo de eleição direta como o PT? ”, questiona Guimarães.
Para ele, essa demonstração de força está relacionada ao legado “extraordinário” construído pelo partido. “Já fizeram de tudo para acabar com o PT, principalmente o PSDB que já perdeu quatro eleições seguidas, e só governa o Brasil, agora, através de um golpe parlamentar. Pela via democrática eles não ganham do PT porque o nosso partido tem ideias, mudou o Brasil e tem base social”, alfinetou.
Mudanças – Avaliou Guimarães que o processo eleitoral do partido será um momento de reafirmação e de “profundas” mudanças que o PT precisa fazer. “Essa é uma exigência da realidade, da nossa base e da conjuntura política do País”, disse Guimarães, reafirmando a necessidade de o partido compreender o que está acontecendo no País.
“Se nós não compreendemos a gente não faz as mudanças internas que precisamos fazer. Nós temos que retomar a nossa organização de base, reconstruir os nossos núcleos, a nossa relação com a vida real das cidades, com a base social. O PT precisa se transformar em espaço da sociedade”, salientou o parlamentar.
Tendências – Para o vice-presidente Nacional do PT, é preciso repensar o papel das tendências. Segundo ele, as correntes partidárias “aniquilam” o PT. “Elas são importantes, mas já foram muito mais no passado. Hoje em dia nós temos algo superior que é a unidade que precisamos construir internamente dentro do PT”.
2018 – Sobre a sucessão presidencial que ocorrerá em 2018, Guimarães se mostrou confiante. “No dia 1º de janeiro de 2019 nós vamos – novamente – subir a rampa do Palácio do Planalto. É assim que a sociedade está vendo. É assim a lembrança, a saudade e, sobretudo, o desastre do golpe e a crise que se agrava, a cada momento. Todo mundo diz que está com saudades do PT. Eu estou confiante”, disse José Guimarães.
Benildes Rodrigues
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