O Partido dos Trabalhadores, por intermédio de seu presidente nacional, Rui Falcão, ingressou nesta sexta-feira (16) com duas representações contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) por quebra de decoro parlamentar. O deputado do Partido Social Cristão é acusado de cuspir intencionalmente, e pelas costas, no deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) e de fraudar um vídeo para difamar o parlamentar carioca e influenciar integrantes da Corregedoria e do Conselho de Ética da Câmara contra Wyllys.
A primeira ação refere-se ao fato ocorrido durante a sessão de votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, em 17 de abril deste ano, na qual o deputado Eduardo Bolsonaro cuspiu em Jean Wyllys. Segundo a representação, a configuração da quebra de decoro parlamentar está comprovada e que, entre outras violações, fere o artigo 3º do Código de Ética e Decoro Parlamentar. O dispositivo afirma que são deveres fundamentais do deputado “tratar com respeito e independência os colegas”.
Já a segunda representação acusa Eduardo Bolsonaro de editar um vídeo para utilizar como prova de acusação contra Jean Wyllys. De acordo com o documento, o parlamentar do Partido Social Cristão publicou em suas páginas no Youtube e no Facebook um vídeo em que mostra o deputado Jean Wyllys se aproximando do deputado Chico Alencar e dizendo-lhe, segundo a “legenda” inserida na montagem: “vou cuspir no Bolsonaro”. Na sequência, o mesmo vídeo mostra a reação de Wyllys.
Porém, de acordo com a representação, a sequência dos fatos é exatamente contrária e o comentário que o deputado Jean Wyllys fez a Chico Alencar foi o seguinte: “Eu cuspi na cara do Bolsonaro”. O vídeo editado ainda contém a frase: “Record News flagra Jean Wyllys premeditando quebra de decoro na votação do impeachment”, o que demonstra a intencionalidade de induzir a erro e forçar uma interpretação equivocada aqueles que assistem o vídeo.
Anexados a representação também foram entregues o vídeo original, disponibilizado pela Rede Record, e o vídeo forjado por Eduardo Bolsonaro.
Como agravante, a ação do PT afirma ainda que além de difamar o deputado do Psol o vídeo também teve como intenção enganar a Corregedoria e o Conselho de Ética da Câmara, “tanto que foi utilizado como prova pelo deputado Alberto Fraga (DEM-DF) em sua representação no Conselho de Ética contra Jean Wyllys”.
PT na Câmara
Foto: Divulgação