PT convoca VI Congresso para ampliar debate sobre rumos a tomar em momento histórico de retrocessos no país

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Vítima de intensa campanha difamatória por setores da mídia, o Partido dos Trabalhadores tomou decisão importante ao convocar o VI Congresso que ocorrerá em abril de 2017. Com essa resolução, o partido mandou um recado claro e direto àqueles que apostaram no fracasso da legenda desde a sua fundação: O PT está forte, unido e pronto a dar a resposta que a sociedade espera de um partido que sempre lutou por democracia, justiça e inclusão social. Esse é o entendimento de parlamentares da Bancada do PT na Câmara, que participaram do debate promovido pelo Diretório Nacional do partido, no último final de semana.

“A resposta para a sociedade é a convocação do VI Congresso, que será o palco do grande debate sobre os rumos do país e do nosso partido”, afirmou o deputado e vice-presidente do PT, José Guimarães (PT-CE).
De acordo com Guimarães, as resoluções aprovadas revelam que o conjunto do partido construiu um bom grau de unidade. “O pontapé inicial, estrategicamente falando, foi importantíssimo para fazermos as reformas que são necessárias para que o PT continue sendo o principal protagonista da esquerda brasileira”, frisou o parlamentar.

Ele ainda destacou a participação maciça dos dirigentes partidários no debate sobre o caminho que o partido deve trilhar nos próximos anos. “O quórum altíssimo é uma prova de que estamos vivos e de que todos querem reorganizar o PT, para que o partido possa dar conta da sua missão que é a de falar para a sociedade e de reconstruir o país que está sendo vítima de um desmonte sem precedentes por parte dos golpistas que tomaram o Palácio do Planalto”, denunciou Guimarães.

Para o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), as decisões tomadas no Congresso levam o partido a rumos contrários aos implementados pelo governo que, a partir de um golpe, está impondo retrocessos na vida dos trabalhadores brasileiros.

“O PT tomou uma deliberação importante sobre a conjuntura, sobre o golpe, sobre a pauta regressiva do governo Temer, sobre a importância de se defender as conquistas do povo brasileiro – desde a Constituição até o golpe -, e a defesa da democracia”, informou Florence.

Para ele, apesar das divergências pontuais que ocorreram durante o encontro, o PT produziu resoluções que, no conjunto, significam uma expressiva mudança no partido. “Acho que esse encontro, no conjunto, foi bem sucedido. A minha expectativa é que, consolidada essa mudança, o PT se habilite a tomar a liderança da nação”, disse o líder petista.

Para o deputado Marco Maia (PT-RS), o encontro promovido pela direção nacional “mostrou que o PT ainda tem uma vitalidade para continuar discutindo, dialogando, conversando internamente e tomando decisões. Marco Maia lembrou que, até o Congresso, a militância fará um profundo debate sobre o futuro do PT. “Eu diria que o que vai determinar o tamanho, a forma e o conteúdo do Partido dos Trabalhadores para o futuro, será o congresso”.

O deputado avaliou que mesmo não tendo um acordo total sobre o formato de escolha das novas direções, o resultado do encontro foi positivo. “O importante é que o PT discutiu, debateu e a proposta de realização de um congresso no ano que vem irá contribuir, decisivamente, para que o PT reoriente a sua atuação para os próximos anos, principalmente, para enfrentar o governo golpista de Michel Temer que está atacando, frontalmente, os direitos dos trabalhadores do país”, afirmou o ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Na mesma linha, o vice-líder da Minoria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), acrescentou: “O Congresso é um momento privilegiado para o partido discutir, fazer uma avaliação dos governos petistas de 2003 ate 2016 e, também, da nossa atuação partidária. Vamos fazer essa avaliação e dar uma nova perspectiva do que vai ser o Brasil nos próximos anos e o que nós temos a propor para o Brasil”, considerou Zarattini.

Para o vice-líder da minoria, a decisão pelo Congresso só comprova a pujança do Partido dos Trabalhadores. “Saímos deste encontro com uma união bastante forte – evidentemente com divergências, como sempre tem – mas são divergências dentro de uma ideia de se fazer uma renovação partidária e sobre nossos governos e o futuro do partido”, observou Carlos Zarattini.

Destacou o deputado Enio Verri (PT-PR) a boa vontade de todas as forças políticas do partido em construir um consenso, um acordo em torno da pauta apresentada pelo Diretório Nacional. “Foi um tema muito debatido por todas as forças do partido e as resoluções foram resultado da incrível boa vontade de todo mundo. Houve correntes que abriram mão de posições e, nessa soma, produziu-se um resultado que julgo muito positivo ”, observou.

Congresso e PED – Verri explicou que o formato para a realização do VI Congresso amplia a participação de toda a militância e transforma todo o processo, inclusive, a escolha das direções partidárias que será de forma congressual. “Diferente de como sempre foi feito no PT, agora ocorrerá o congresso e o PED juntos nos municípios onde se debaterá uma pauta nacional e se votará para a direção municipal. Nesse mesmo dia, tirarão delegados para o respectivo encontro estadual e, desse encontro, os delegados irão debater uma pauta nacional de conjuntura, dos desafios que o PT tem pela frente. Desse congresso sairá a nova direção estadual e, ao mesmo tempo, sairão delegados para o Congresso Nacional do partido”, explicou.

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Ainda, esclareceu o parlamentar que a nova direção terá um mandato de dois anos, ao invés de quatro como estabelece o Estatuto partidário. “O importante é que esta mudança garante a participação de todos os filiados na base do partido e amplia a capacidade de um debate político mais profundo na esfera estadual e nacional”, apontou Enio Verri.

“A partir dessa resolução, o PT estará ampliando a interface com a sociedade porque, na verdade, o PT sempre teve uma relação muito forte com a sociedade brasileira, seja nos movimentos sociais, nas lutas sindicais, no parlamento, em todos os sentidos, mas dessa maneira as pessoas que têm a disposição, que hoje não é tão comum, de fazer um debate tão profundo, terão esse espaço para isso”, salientou.

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) destacou os pontos positivos da reunião do DN e apontou a disposição do ex-presidente Lula na construção da unidade do partido. “Há fatos positivos, como por exemplo, ter aprovado o congresso da forma que decidimos, onde os delegados estaduais serão tirados numa votação municipal; que os delegados nacionais serão tirados no congresso estadual e que a direção será escolhida no congresso. Isso é um ganho importante e entendemos que houve um esforço grande do presidente Lula para que nós chegássemos a este quadro”, exaltou.

“O partido precisa debater mais e, de todo modo, nós estamos construindo um processo e acho que este encontro, sobre esse aspecto, é uma conquista”, observou a deputada, que defendeu que o debate precedesse as votações. “Do modo como está, continua com o perfil de que a pessoa possa ir lá só para votar e isso, a meu ver, é uma coisa que a realidade mostra que é insuficiente”, criticou.

Essa crítica foi compartilhada pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP). “Acredito que nós ainda não fizemos a mudança necessária. Eu acho que os encontros municipais para a escolha dos delegados deveriam convocar também a militância para o debate político. Creio que, do jeito que foi aprovado, ainda permitirá práticas que devíamos ter afastado definitivamente do partido, que é a mobilização dos filiados apenas para votar e não para a discussão”, lamentou o petista.

“Comemoro o que de bom foi aprovado e vejo com preocupação o fato de não ter mudado o método de escolha dos delegados e das direções municipais”, reiterou Teixeira.

Benildes Rodrigues

Fotos: Benildes Rodrigues

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