O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deverá voltar à CPI da Covid para esclarecer pontos contraditórios de seu depoimento, realizado na última quinta-feira (6). O requerimento para a nova convocação foi apresentado nesta terça-feira (11) pelo senador Humberto Costa (PT-PE). “Nós queremos colocá-lo frente a frente com as contradições que nós identificamos no depoimento dele”, explicou o parlamentar.
Segundo Costa, entre as questões que deverão ser esclarecidas, está a ausência de qualquer tipo de esforço para favorecer a construção de consenso técnico para a liberação de vacinas com solicitação de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A recomendação do uso de cloroquina e outras drogas sem eficácia contra a Covid-19 também deverá ser abordada.
“Há também o fato de ele ter dito aqui que, na gestão dele, não havia qualquer política específica para lidar com essa temática da utilização de medicamentos sem efeitos sobre a Covid. Disse que estava criando na comissão de incorporação tecnológica a possibilidade de discussão sobre a necessidade ou não de se utilizar esses medicamentos. Depois, ficamos todos sabendo que o mesmo protocolo que havia anteriormente continuava a ser implementado”, observou Humberto Costa à TVPT (veja no vídeo abaixo, já programado para começar na análise do senador).
Depoimento de Barra Torres, da Anvisa
Membro titular da CPI da Covid, Humberto Costa tem inquirido todos os convidados que prestam depoimento à comissão, como ocorreu nesta terça-feira com o diretor presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Sobre a audiência com Torres, o senador destacou o fato de ele ter mostrado como Jair Bolsonaro age de forma incompatível com o que prega a ciência.
“Ele (Barra Torres) condenou a ideia de se contaminar a maioria da população com o objetivo de gerar imunidade natural ou coletiva. Também condenou a não utilização de máscaras, falou da importância das vacinas e se posicionou claramente contra a realização de aglomerações. Inclusive, se disse arrependido de ter participado, num determinado momento, de atos convocados pelo presidente da República, estando inclusive ao lado do presidente”, lembrou Humberto Costa. “Pela primeira vez, nós vimos alguém de dentro do governo utilizar ideias bastante racionais e que se confrontam com as do presidente da República”, completou.
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