No quarto dia de votação da Reforma da Previdência no plenário da Câmara, a Bancada do PT continuou votando nesta sexta-feira (12) em defesa dos direitos de todos os trabalhadores. Dessa vez, o apoio unânime dos petistas foi dado a uma emenda apresentada pelo PDT que reduzia o pedágio – tempo a mais de trabalho para quem está perto de se aposentar – durante o período de transição imposto pela reforma, de 100% para 50%.
A proposta beneficiava trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. Apesar de o voto favorável do PT e dos demais partidos de oposição (PCdoB, PSOL, PSB, PDT e Rede), a emenda foi derrotada por 296 votos contrários e 165 favoráveis.
Ao orientar o voto da bancada, o deputado Bohn Gass (PT-RS) disse que o partido apoiava integralmente a proposta do PDT como forma de reduzir os danos causados pela própria adoção do pedágio, adiando o tempo de aposentadoria dos trabalhadores. Segundo o parlamentar, a pergunta que os deputados mais vão ouvir dos trabalhadores prestes a se aposentar é quanto tempo falta para que eles tenham direito ao benefício.
“Se adotarmos o parecer do relator (deputado Samuel Moreira – PSDB-SP), para quem falta dois anos (para se aposentar) terá que trabalhar mais dois, se faltar três, trabalha mais 3, e assim por diante. Essa é a crueldade da reforma de Bolsonaro. Ao invés disso, nós defendemos a emenda do PDT que reduz o pedágio durante a transição pela metade, de 100% para 50%”, explicou.
No esforço para tentar assegurar a aprovação desta emenda, a primeira votada nesta sexta, a Bancada do PT chegou a apresentar uma proposta de retirada da pauta da PEC por conta do baixo quórum no início da reunião.
“Esse requerimento visa garantir a análise de destaques e emendas aglutinativas, ameaçadas pelo baixo quórum nessa casa. Queremos que seja aprovada a emenda do PDT, que diminui de 100% para 50% o pedágio para trabalhadores do RGPS e do RPPS. Nós precisamos de 308 votos para aprovar esse destaque e assim garantir que os efeitos nefastos dessa proposta sejam mitigados”, deputado Odair Cunha (PT-MG).
Outro destaque do PDT, que suprimia a transição do parecer da Reforma da Previdência, também obteve o apoio do PT. A proposta, porém, obteve um apoio bem menor porque um acordo envolvendo vários partidos decidiu pelo voto contrário em troca do apoio a outro destaque do PDT que amenizava o pedágio dos professores durante o período de transição. Esse destaque foi derrotado por 387 votos contra 103.
Também defenderam a redução do pedágio para a aposentadoria dos trabalhadores os deputados petistas Rui Falcão (SP), Alexandre Padilha (SP), Margarida Salomão (MG) e Reginaldo Lopes (MG).
Héber Carvalho
Foto: Lula Marques