Foto: Gustavo Bezerra
PSDB, PSB e PP receberam propina de contratos da refinaria Abreu e Lima (PE), segundo o doleiro Alberto Youssef. Em delação premiada nas investigações da Operação Lava Jato, o depoente disse que os subornos foram pagos ao senador Ciro Nogueira (PPPI), presidente do PP, ao deputado federal Eduardo da Fonte (PPPE), ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em agosto passado, e ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em 2014. As informações estão na edição da Folha de São Paulo desta terça-feira (3).
Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), a “máscara da oposição está caindo”. Ele lembra que na CPMI da Petrobras, no ano passado, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), ao apresentar um “suposto” relatório, reconheceu o ilícito do ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra.
“Para nós do PT, se houver ilícito, vamos apurar, constituir prova, e quem cometeu ilícito vai responder pela forma da lei. Vamos limpar a Petrobras para colocar a empresa a favor do povo brasileiro, executando no regime de partilha a produção de petróleo e gás, diferentemente da oposição que quer privatizar o nosso petróleo”.
Segundo Youssef, o dinheiro para o pagamento das propinas teve origem na construtora Queiroz Galvão e no consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS. O doleiro indicou que os dois integrantes do PP receberam, entre 2010 e 2011, propina paga pela Queiroz Galvão, em valores totais ainda não revelados. O suborno teria sido negociado em encontro com um representante da empresa com o exdiretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, com o então presidente do PP, José Janene, morto em 2010, com o exassessor do PP João Genu e com Youssef.
Segundo a matéria da Folha, o grupo pressionou a construtora, em encontro realizado num hotel no Rio de Janeiro, a fechar rapidamente o negócio e ameaçou estimular a criação de uma CPI sobre a estatal, ideia alimentada pela oposição à época. Com o acordo fechado, parte da propina teria sido paga em doações oficiais a candidatos.
Na negociação, também ficou acertado que, do total da propina, R$ 10 milhões seriam destinados a impedir a realização da CPI da Petrobras, e um dos beneficiários desse dinheiro foi o expresidente do PSDB Sérgio Guerra, disse Youssef.
O delator também afirmou que Eduardo Campos recebeu entre 2010 e 2011 R$ 10 milhões de propina paga pelo consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS para não criar dificuldades nas obras. O valor destinado a Campos teria sido entregue a um emissário do exgovernador, no Recife.
PT na Câmara