PSDB está “cansado de ser derrotado” e quer voltar ao poder via golpe, diz Molon

AMolon gushta
Foto: Gustavo Bezerra
 
Em pronunciamento na tribuna da Câmara, na última quarta-feira (25), o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), vice-líder da bancada petista, criticou o golpismo do PSDB para se referir ao governo Dilma Rousseff e a hipocrisia do DEM (ex-Arena/PDS/PFL) em relação à corrupção. “Lamentavelmente, o PSDB está chegando à conclusão de que, se não for pela via do golpe, corre o risco de não voltar mais à Presidência da República. Eles estão cansados de serem derrotados”, registrou o petista.
 
Alessandro Molon questionou a postura golpista expressada pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que afirmou, esta semana, que a presidenta Dilma Rousseff deixará o cargo “por vontade própria ou não”. Sampaio é procurador de Justiça licenciado.
 
“Eu imaginei que o Líder do PSDB fosse à tribuna para tentar explicar a frase publicada ontem no jornal O Globo, no Panorama Político, em que ele dizia: A Presidente Dilma vai deixar o cargo, por vontade própria ou não. Eu imaginei que o Líder do PSDB fosse vir tentar, aqui da tribuna, explicar essa frase, pois é uma frase que aponta para o golpismo”, afirmou Molon.
 
“Eu quero lembrar ao Líder do PSDB, que é douto nesse tema, que não é por um grave estado de governabilidade, como ele disse há pouco, que se pode pedir impeachment. Isso é de uma irresponsabilidade inadmissível, sobretudo para quem é formado em Direito, quanto mais para alguém que é membro do Ministério Público. Impeachment, só se pede quando há crime de responsabilidade comprovado. Não é algo que possa estar ao sabor das maiorias eventuais e nem por qualquer crise de governabilidade. Isso tem nome. Esse nome se chama golpismo, uma doença que está afetando parte da Oposição brasileira, que já foi mais responsável”, complementou o petista.
 
“A que ponto está chegando parte da Oposição brasileira, que não tem responsabilidade para com o País. Se quiserem debater crise econômica será um prazer para nós. É verdade, o PSDB tem experiência em crises econômicas: quebrou o País várias vezes. Nós vivíamos com o FMI aqui dizendo se podíamos fazer investimento em saneamento básico, se podíamos aumentar em alguns bilhões os investimentos em saneamento básico. Hoje em dia o Brasil não é mais devedor do FMI. O Brasil, hoje, é credor do FMI”, lembrou Molon, que também disse que os tucanos “fracassaram quando tiveram a oportunidade de governar o País”.
 
Seletividade – O deputado do Rio de Janeiro criticou a “indignação seletiva” do DEM. “A corrupção causa indignação quando é no partido alheio, mas, quando é no seu próprio partido, deve passar despercebida, sobre a qual não se fala. O Líder do Democratas [Mendonça Filho, DEM-PE] veio à tribuna para comentar a mudança do Ministro da SECOM. É estranho que, numa noite como esta, o Líder do Democratas não tenha vindo usar da palavra para tentar explicar à Nação brasileira ou aos seus filiados a vergonha que é ter o seu Presidente investigado pela prática do crime de corrupção”, disse Molon, mencionando o processo que responderá o presidente do DEM e coordenador-geral da campanha do tucano Aécio Neves à presidência em 2014, o senador Agripino Maia (RN), acusado de receber mais de R$ 1 milhão de propina no seu estado.
 
“Nós aguardamos, tranquilos, imaginando que, por uma questão de coerência, o Líder do Democratas fosse vir à tribuna pedir o afastamento do Presidente do seu partido, contra o qual foi aberto inquérito no Supremo Tribunal Federal para investigar a prática de crime de corrupção”, afirmou o petista.
 
“Imaginei que a decisão da Ministra Cármen Lúcia fosse levar o Líder do Democratas a vir à tribuna dizer: ‘Estamos entrando com pedido de afastamento do Presidente do nosso partido, que não tem mais condições morais de ficar à frente do partido enquanto é investigado por corrupção’. Mas nenhuma palavra foi dita pelo Líder do Democratas sobre isso”, acrescentou Molon.
 
PT na Câmara

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