Diversos parlamentares do PT e de outros partidos denunciaram na Câmara, nesta terça-feira (24), a hipocrisia e o cinismo do PSDB, DEM e PPS em relação ao presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os petistas lembraram que a oposição ajudou a eleger Cunha contra o candidato do PT, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e que o sustentaram até recentemente, vislumbrando o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O Líder do PT, Sibá Machado (AC), criticou duramente a memória seletiva e o moralismo de ocasião do PSDB e afirmou que não aceita que os tucanos digam como o PT deve atuar. “Os tucanos que querem a qualquer custo um pedido de impeachment, por não terem conseguido esse pedido de impeachment do jeito que planejaram, agora tomam uma atitude dessa maneira. Pois muito bem: assumam as suas responsabilidades!”, disse Sibá.
Já o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) considera “sui generis” a postura da oposição conservadora. “O PSDB, os Democratas e o PPS passaram o ano inteiro fazendo juras de amor ao presidente Eduardo Cunha, declararam fidelidade na alegria e na tristeza, compartilharam as MPs, as relatorias, as presidências de comissões, e enquanto entenderam que essa aliança era uma chance de viabilizar o impeachment contra a presidenta Dilma se mantiveram nessa postura. Agora, eles trocam de posição e voltam para a mesma estratégia: obstruir as votações no plenário, sob a alegação de que agora a situação está insustentável. Nós estamos dizendo isso há muito tempo, mas nem por isso queremos que o Brasil pare”, registrou Pimenta.
A deputada Moema Gramacho (PT-BA) ironiza as “cenas muito engraçadas patrocinadas pelo PSDB, pelo DEM e por alguns correlatos, que sustentaram o tempo inteiro aqui a presidência da Casa”. Moema lembra ainda que a oposição conservadora se comprometeu a votar no deputado Júlio Delgado (PSB-MG) para a presidência da Câmara, mas o traiu e se beneficiou disso para fazer parte da Mesa Diretora. “Esse falso moralismo não cola, não pega para a sociedade. Esses, que agora estão vivendo uma crise de identidade moral, deveriam aproveitar o momento dessa crise para se somar àqueles que querem investigar a privataria tucana, o trensalão tucano de São Paulo, o trensalão de Salvador, o mensalão do DEM, o Banestado, a venda da Vale do Rio Doce, a compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso”, sugeriu Moema.
PT na Câmara