Foto: Rovena Rosa
Inúmeras greves, paralisações e atos públicos realizados na última sexta-feira (11) em pelo menos 19 estados do País demonstraram a disposição da classe trabalhadora em resistir ao pacote de retrocessos propostos nos últimos meses pelo governo ilegítimo de Michel Temer. No Dia Nacional de Greve e Paralisações as principais críticas concentraram-se na já anunciada agenda de retrocessos que inclui a flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a liberação das terceirizações, a reforma da previdência e a aprovação da PEC 55 (antiga PEC 241), que congela os gastos públicos por vinte anos.
Os atos foram coordenados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e a Intersindical, juntamente com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, elogiou o resultado da mobilização.
“Este dia (sexta-feira 11 de novembro) foi de paralisação, de manifestação na maior parte do país, foi superior ao ato que fizemos no dia 22 de setembro e serviu como ótimo aquecimento para a greve geral. O Temer deveria ver esse dia como um alerta de que essas propostas de retirada de direitos são extremamente impopulares e os trabalhadores vão se manifestar contra elas, ” alertou. O presidente da CUT disse ainda que nesta semana as centrais farão uma análise dos atos do dia 11 e decidirão os próximos passos da resistência aos retrocessos.
Protestos – Por todo o País trabalhadoras e trabalhadores promoveram ocupações de universidades, trancaram rodovias e fecharam garagens de ônibus. Prédios de estatais também foram tomados e diversas categorias paralisaram.
Em São Paulo (SP) ocorreram pelo menos duas grandes mobilizações que se encontraram na Praça da Sé, local histórico para os movimentos sociais no centro da cidade. Um dos atos começou na Avenida Paulista, com participação de algumas centrais sindicais e movimentos de moradia, seguindo em marcha até a Sé. O outro partiu da Praça da República, onde a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) realizou uma manifestação em frente à Secretaria de Educação do Estado.
Foto: Roberto Parizotti
No Rio de Janeiro (RJ), servidores públicos protestaram diante da Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Por volta das 19h, o grupo seguiu em direção ao prédio da Assembleia Legislativa (Alerj), também no Centro.
Em Belo Horizonte (MG), várias concentrações se espalharam pela cidade, e se encontraram na Praça Sete de Setembro. Unidos, seguiram até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde aconteceu uma audiência pública sobre a CLT.
Foto: Vladimir Platonov
No Nordeste, Salvador (BA) também parou com a greve dos trabalhadores e trabalhadoras do transporte coletivo. A paralisação, acompanhada de protestos dos sindicatos nos terminais de ônibus começou às 4 da manhã e os ônibus voltaram a circular após as 8 horas, gradativamente. O edifício administrativo da Petrobras em Salvador foi ocupado pelos manifestantes.
Em Maceió (AL), cerca de 5 mil realizaram marcha pelo Centro da Cidade, onde bloquearam a Rua do Sol, principal rua do comércio.
Em Fortaleza (CE) houve uma caminhada pela manhã em ato unificado das Centrais Sindicais, Frente Brasil Popular e Frente Brasil Popular. No centro de Fortaleza lojas fecharam e motoristas de ônibus paralisaram os terminais rodoviários.
Também ocorreram manifestações e atos em João Pessoa (PB), Natal (RN), Pernambuco (PE) e Teresina (PI).
No Centro-Oeste, funcionários do transporte público cruzaram os braços em Brasília (DF) até às 9 da manhã, quando os ônibus voltaram a circular. Simbolizando a morte dos direitos trabalhistas, cruzes foram posicionadas em frente ao Conjunto Nacional e houve manifestação em frente ao Ministério da Educação.
Foto: José Cruz
Também ouve manifestação de centrais sindicais e movimentos sociais em Campo Grande (MS) e Goiânia (GO).
No Sul, houve piquete na empresa pública de ônibus de Porto Alegre (RS). Estudantes e militantes do MTST pararam a Avenida Bento Gonçalves. No interior do estado, a Universidade Federal de Santa Maria foi ocupada; e teve ato e caminhada operária e estudantil em São Leopoldo.
Na capital do Paraná, Curitiba, houve paralisação dos servidores municipais, professores e petroleiros.
Já a cidade de Florianópolis (SC) amanheceu sem transporte público; os motoristas e cobradores ficaram parados das 5 da manhã até às 9h.
Na região Norte o destaque do Dia de Nacional de Greves e Paralisações foi a capital do Pará, Belém. Lá as manifestações ocorreram ao lado do Mercado de São Brás, com a presença de trabalhadores urbanos, estudantes e populares; enquanto trabalhadores rurais ligados à Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetagri) e Sem Terras se concentraram num outro ponto da cidade, na sede do INCRA.
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