O fim do voto impresso, antes mesmo da lei entrar em vigor, dividiu opiniões nesta terça-feira (8), em audiência pública realizada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O voto impresso deveria ser implementado a partir das eleições de 2014. No entanto, tramita na Câmara o PL 2789/11, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que revoga o dispositivo que institui o voto impresso.
Lindbergh, na justificativa do projeto, argumenta que a impressão do voto abre possibilidade de violação da cláusula pétrea constitucional do voto secreto, além de aumentar os gastos com a realização das eleições. Segundo ele, o custo do voto aumentaria em aproximadamente 140% e a Justiça eleitoral precisaria de quase R$ 1 bilhão a mais para a realização das eleições. Esses argumentos também foram utilizados pelos consultores do Tribunal Superior Eleitoral que participaram do debate. Os consultores afirmaram também que o sistema de voto eletrônico é seguro e confiável.
Já os especialistas que estudam o assunto e acompanham auditorias nas urnas eletrônicas defendem o voto impresso como forma do eleitor de certeza do seu voto. Diogo Aranha, professor de Ciência da Computação da Universidade de Brasília, é um dos defensores do voto impresso. Ele foi um dos responsáveis por uma experiência feita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que foi mapeada a ordem de votos inseridos em uma urna eletrônica. “A eleição simulada demonstrou a vulnerabilidade das urnas eletrônicas, o que reforça a necessidade do voto impresso”, argumentou.
Vânia Rodrigues